Com acesso ao crédito, classes C e D se tornam alvos de construtoras |
Qua, 14 Mai, 10h48 |
SÃO PAULO - Com acesso ao crédito, a população das classes C e D se tornou alvo das construtoras. Por isso, o segmento de imóveis econômicos e supereconômicos será o grande responsável pelo crescimento do setor da construção civil no Brasil em 2008. De acordo com o gerente de engenharia da Cytec+, Yorki Estefan, o segmento conta com projetos que variam de R$ 70 mil a R$ 100 mil. "Não há dúvida nenhuma de que a modalidade impulsionará o setor da construção civil este ano, porque há uma demanda reprimida por muitos anos". E o que possibilitará o acesso desta população à habitação é o crédito. Segundo Estefan, as taxas de juros estão mais baixas e permitem a compra da tão sonhada casa própria. Ano da virada O gerente explica que existe no Brasil um déficit habitacional de 10 milhões de casas. Deste universo, 4 milhões de pessoas possuem renda acima de cinco salários mínimos e acesso aos serviços bancários ou ao crédito. Elas são o alvo das construtoras do segmento destinado às classes C e D. "2008 será o ano da virada do segmento econômico e supereconômico. Os melhores projetistas estão nesses segmentos e as empresas estão usando a melhor tecnologia nele", afirma. Riscos do setor Para as empresas do setor, os riscos são a inadimplência e uma possível inflação na construção civil. "Realmente, a inflação é um grande desafio, mas a indústria só investe onde há consumo e tem investido para atender esse momento no Brasil". "Se os preços aumentarem muito, gerarão inflação, aumento da taxa de juros e impedirão que o setor cresça. É algo que estaria prejudicando o próprio setor", explica. Evento Para discutir os desafios do segmento para a baixa renda, acontece nesta quarta-feira (14) evento da Cytec+, que conta com a participação de construtoras, fornecedores, projetistas e acadêmicos. Na ocasião, serão debatidas inovações tecnológicas para a habitação econômica. Ainda será formado um grupo de trabalho permanente, dedicado à adoção de parcerias estratégicas entre a construtora e a indústria, com foco na construção voltada para as classes C e D. "O momento atual, de reativação da efervescência do setor da construção civil, nos traz grandes oportunidades e, também, muitos desafios", finaliza Estefan.