segunda-feira, 16 de junho de 2008

Os árabes estão chegando...

...e também os malaios, cingapurianos, coreanos e israelenses. Depois de investidores europeus e americanos, ?é a vez de os riquíssimos fundos da Ásia aportarem por aqui

Por Giuliana Napolitano

Investidores baseados nos Estados Unidos e na Europa foram os grandes protagonistas dos últimos dois anos no Brasil. Nas 93 aberturas de capital realizadas na Bovespa em 2006 e 2007, eles responderam por cerca de 70% do volume transacionado e, no mercado imobiliário, investiram mais de 2 bilhões de reais. Depois de europeus e americanos terem aberto o caminho, agora é a vez de aplicadores da longínqua Ásia aportarem no mercado brasileiro. Lentos para tomar a decisão de colocar os pés no Brasil, esses gestores parecem agora apressados para encontrar negócios nos quais possam colocar petrodólares. Três meses bastaram para dois fundos árabes — o Royal Group, que administra a fortuna da família real de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos, e o Olayan Group, da Arábia Saudita — conhecerem, avaliarem e se tornarem sócios da Bracor, companhia brasileira de investimentos imobiliários. “Foi tudo muito rápido”, diz Carlos Betancourt, fundador da Bracor. Ele foi apresentado aos bilionários fundos árabes pelo empresário americano Sam Zell, um dos expoentes do mercado imobiliário internacional e sócio da Bracor desde 2006. “Esses investidores já acompanhavam o Brasil, e bastou a indicação de Sam Zell para decidirem aportar recursos aqui”, diz Betancourt, que, a pedido dos fundos, não revela quanto eles aplicaram na companhia. “Confesso que não tínhamos esses investidores no radar, mas agora com certeza pensaremos no Oriente Médio quando tivermos de fazer uma nova captação de recursos.”

Mais do que um caso isolado, o exemplo da Bracor evidencia uma mudança de fundo que vem ocorrendo no Brasil. O país entrou no radar de gente sem nenhuma tradição de investimentos por aqui. Fundos da Ásia em geral — e do Oriente Médio em particular — estão ampliando suas aplicações no país de forma agressiva. Sua participação no total de negócios da Bovespa, por exemplo, dobrou no último ano — hoje, eles representam 4% do capital estrangeiro na bolsa, e a aposta é que essa cifra aumente muito nos próximos anos. Entre os destaques da primeira leva estão nomes como GIC e Temasek, ambos de Cingapura e posicionados entre os dez maiores fundos soberanos do mundo. “Eles participaram de quase todos os IPOs de 2007”, diz José Olympio Pereira, diretor do banco Credit Suisse. Uma das últimas instituições a abrir um escritório no país foi a coreana Mirae Asset Management. Com cerca de 900 milhões de dólares aplicados em ações de empresas brasileiras e em empreendimentos imobiliários, a Mirae aguarda autorizações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários para operar um banco de investimento e uma gestora de recursos no Brasil. “A estratégia da Mirae é garimpar oportunidades em países com grande potencial de crescimento, e o Brasil é um dos mais promissores”, diz Edward Oh, diretor internacional da Mirae.

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As novas caras do vale do silício

Quem são os jovens que acreditaram na internet após a bolha e criaram algumas das principais empresas da web 2.0

A rede social Facebook tem valor estimado em 15 bilhões de dólares. O Slide, serviço para compartilhar fotos na internet, é visitado por cerca de 134 milhões de pessoas por mês. Voltado apenas para executivos, o site de relacionamentos LinkedIn tem mais de 20 milhões de usuários registrados. O que essas três empresas têm em comum — além de ser algumas das novas estrelas da web — é o fato de ter sido fundadas por jovens que nadaram contra a maré e apostaram na internet mesmo após o estouro da bolha no ano 2000. A história desses e de outros empreendedores é contada no livro Once You’re Lucky, Twice You’re Good — The Rebirth of Silicon Valley and the Rise of Web 2.0 (“Na primeira vez, você é sortudo, na segunda, você é bom — O renascimento do Vale do Silício e a ascensão da web 2.0”, em tradução livre e ainda sem previsão de lançamento no Brasil), escrito pela jornalista americana Sarah Lacy. O livro traz relatos sobre a criação de algumas das novas sensações da internet, desde as dificuldades para levá-las ao ar até o dilema de vender ou não negócios milionários. Além de colocar o leitor em contato com alguns protagonistas do principal pólo tecnológico do mundo, Sarah acaba dando uma lição de como montar uma empresa na web.

A relação de Sarah Lacy com o Vale do Silício é antiga. Há dez anos a jornalista mergulhou no universo das empresas da Califórnia, recentemente como colunista do site da revista Business Week. Para escrever o livro, passou 18 meses entrevistando, tomando café, jantando, assistindo a palestras e indo a festas com os novos nomes de sucesso da indústria de tecnologia mais vibrante do mundo. Jovem como os empresários perfilados, Sarah conseguiu arrancar deles histórias pouco conhecidas, que dizem muito sobre suas ambições, dúvidas e, claro, seus negócios. Alguns deles mantêm uma reclusão pouco saudável: Marc Andreessen, co-fundador do Netscape, o primeiro browser da internet como se conhece hoje, fez do Vale do Silício sua casa e não fala com a família há anos. Outros são metódicos ao extremo. Mark Zuckerberg, que abandonou os estudos em Harvard para investir no Facebook, chegou a negociar horários para ver a namorada: o trato era de um único encontro semanal. Max Levchin, fundador do site Slide e do sistema de pagamento eletrônico PayPal, é determinado desde a infância. Quando imigrou com a família para os Estados Unidos, aos 9 anos, saindo da Ucrânia, aprendeu inglês repetindo as falas de um seriado numa TV que pegou num lixão. Esses detalhes são fundamentais para o livro. “A cultura de qualquer start-up emana de seus fundadores”, escreve Sarah.

As histórias contadas no livro interessam a quem tem curiosidade em conhecer mais de perto aquele que é, sem dúvida, o ambiente de negócios mais acelerado do mundo. O objeto do livro são as companhias da recente onda da web 2.0, marcada pelos sites cujo conteúdo é gerado e editado pelos usuários. Essa nova onda de companhias, segundo Sarah, nasceu num vácuo após o estouro da bolha do fim dos anos 90. Não houve intervenção dos investidores que inflaram artificialmente a primeira geração de empresas da internet. A nova safra é diferente e é um reflexo dos jovens que as criaram. “Em sua maioria, eram sites de redes sociais construídos para os fundadores e seus amigos”, escreve a autora, “e que acabaram se tornando empresas.” Para a jornalista, as novas companhias podem não ter o mesmo impacto econômico daquelas da primeira onda da internet (em 1999, 270 empresas bancadas por investidores abriram o capital levantando 21 bilhões de dólares), mas certamente terão um impacto social maior.

Esse é outro motivo pelo qual a leitura é interessante para o público que não necessariamente acompanha as últimas novidades do mundo da internet. Muitas das empresas dissecadas nas páginas de Once You’re Lucky são grandes campeãs de audiência e têm influenciado de forma decisiva as indústrias da mídia e do entretenimento. Seus fundadores, muitos deles na casa dos 20 anos, são considerados sucessores naturais dos grandes nomes do Vale do Silício. Um deles é Kevin Rose. Criador do site de compartilhamento de notícias Digg, Rose já foi cortejado por Rupert Murdoch, o magnata da News Corp., e pelo ex-vice-presidente americano Al Gore. Ambos sondaram o Digg sobre possíveis vendas ou associações, mas Rose resistiu ao assédio. As estimativas sobre o valor de sua empresa já passam de 100 milhões de dólares. Parte do sucesso estrondoso do serviço idealizado por Rose é a mistura de gerações empreendedoras. A proximidade dos veteranos é fundamental para o sucesso dos novatos. Sarah cunha a palavra friend-tors, mistura de amigo, mentor e investidor. “Esses friend-tors ensinaram aos mais jovens lições que tinham aprendido na marra.” Uma dessas lições diz respeito aos fundos de capital de risco. Jay Adelson, mentor de Rose e presidente do Digg, tem aversão aos investidores institucionais desde que foi defenestrado de uma empresa que fundou no final dos anos 90. Certamente influenciado pela experiência de Adelson, Rose preferiu manter o Digg sob seu controle, pelo menos por enquanto.

O público brasileiro talvez sinta falta de algumas empresas mais conhecidas por aqui. Sites como Wikipédia e Second Life não são abordados, e há apenas pinceladas sobre o Google, o YouTube e o Skype. Também não há menção ao Orkut, do Google. Para acompanhar o livro, não é necessário conhecer a fundo a web 2.0, mas a leitura fica mais fácil para quem tem noção do que é Facebook ou MySpace. Também pode ficar decepcionado quem levar o título ao pé da letra. Apesar de fazer menção aos empreendedores persistentes, muitos dos retratados são marinheiros de primeira viagem ou ex-funcionários de companhias da era 1.0. Dos principais personagens, apenas parte fundou mais de uma empresa. Nesse rol, estão Max Levchin, que tenta fazer do Slide um negócio maior do que o PayPal, vendido para o site de leilões eBay por 1,5 bilhão de dólares em 2002, e Marc Andreessen, que está a caminho de sua terceira empresa de 1 bilhão de dólares, com o Ning, site para que qualquer pessoa crie sua própria rede social, fundado em conjunto com Gina Bianchini. Para Sarah, a razão do sucesso desses empreendedores em série não pode ficar restrita à sorte, ao talento ou ao dinheiro. O atributo mais importante, argumenta a autora, é a criatividade.

Once You’re Lucky, Twice You’re Good — The Rebirth of Silicon Valley and the Rise of Web 2.0
Autora
A jornalista americana Sarah Lacy
Editora
Gotham Books, 294 págs.
"Antes de empresas como Digg,YouTube e Facebook tornarem-se as queridinhas de 2006, elas eram apenas clusters de idéias entre amigos. Eram (...) um microcosmo de como o Vale do Silício funciona em sua melhor forma"

As histórias trazem ainda outros dilemas comuns a qualquer empresário, como a decisão sobre que saída dar à start-up. Os fundadores ficam divididos entre abrir o capital ou vender a empresa. De um lado, têm medo de perder o controle, de outro não querem abrir mão de um projeto de anos. Outro perfil muito interessante é o do nontrepreneur, o criador de empresas que prefere ter idéias a tocar os negócios adiante. Entre eles está Evan Williams, criador do Blogger e, mais recentemente, do Twitter, e os criadores da ferramenta de postagem para blogs Movable Type, Mena e Ben Trott. Os três contrataram presidentes para comandar suas empresas, enquanto se dedicam a criar. Em alguns trechos, Sarah discute se há uma nova bolha em formação. Para ela, os altos e baixos são a regra do jogo no pólo californiano. Mesmo que seja esse o caso, não chega a ser um problema. “Se a ascensão da web 2.0 das cinzas após o estouro da bolha nos ensinou alguma coisa, é que o Vale do Silício dificilmente fica tão arrasado que as coisas nunca se levantam novamente.”

BlackRock compra 10,54% das ações da Bradespar

Gestora de fundos americana aqduiriu 23,9 bilhões de ações preferenciais

A gestora de fundos americana, BlackRock, informou nesta segunda-feira à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) que comprou 10,54% das ações preferenciais da Bradespar, que é acionista da Valepar, controladora da mineradora Vale do Rio Doce.

A administradora de investimentos adquiriu 23,9 milhões de ações. Em setembro do ano passado, a BlackRock compra 5,7% das ações preferenciais da Vale. “O objetivo das participações societárias é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da Bradespar”, reforçou a BlackRock em comunicado.

Atualmente, a Bradespar detém 21,2% da Valepar. Na semana passada, a Vale comunicou ao mercado que tem a intenção de promover uma oferta internacional de ações ordinárias e preferenciais classe A. A mineradora disse ainda que pretende vender pelo menos 14 bilhões de dólares de novas ações para financiar aquisições.

A Bradespar é uma companhia de investimentos controlada pela Fundação Bradesco que tem como objeto social a realização de investimentos em outras sociedades. Às 16h39 As ações preferenciais da Bradespar ( BRAP4) estavam cotadas a 42,30 reais, com alta de 0,26%. As ações preferenciais da Vale ( VALE5) estavam a 47,10 reais, com alta de 0,42%.

O clube vai aumentar

Problemas com o governo local e a intensa burocracia fizeram com que poucas companhias brasileiras conseguissem se instalar na China. Mas em 2008 um novo grupo de empresas como Gerdau, Sadia e Votorantim vai se aventurar por lá

Kiko Ferrite

André Gerdau: à procura de um sócio chinês que seja,ao mesmo tempo, confiável e eficiente

A China se tornou nos últimos 20 anos um dos principais centros de gravitação da economia mundial. Para grandes empresas que levam a competição a sério, colocar os pés no país se tornou obrigatório. Pode-se não ganhar dinheiro hoje. Ou amanhã. Mas é possível ser grande no futuro sem fazer parte da economia que mais cresce no mundo? Foi essa pergunta que levou o inacreditável número de 600 000 empresas a se instalar na China nas últimas duas décadas. O total investido por elas atingiu 720 bilhões de dólares, valor que supera o tamanho da economia de 162 países. Nessa onda, a participação de empresas brasileiras chama a atenção pela descabida modéstia. Pouco mais de 35 companhias nacionais abriram escritórios na China. A imensa maioria tem um ou dois representantes no país. E apenas quatro abriram fábricas por lá.

Mas, assim como capitalistas do resto do mundo, os brasileiros seguem atraídos pelo fenômeno que a China hoje representa. Neste ano, um novo grupo de empresas nacionais decidiu iniciar sua saga chinesa. Entre elas estão Sadia, Gerdau e Votorantim, gigantes brasileiras que hoje tocam seus projetos com enorme discrição. Há outras. Todas pretendem ter na China uma base de produção.

Nenhum país reúne tantos atrativos para uma multinacional quanto a China. A mão-de-obra é barata, exportar é fácil, o mercado interno cresce de forma avassaladora. Parece, enfim, uma espécie de Shangri-lá para quem quer ganhar dinheiro. Mas a vida real é diferente. Fazer negócios na China é sofrido. Aprende-se rápido que é inútil ter pressa: perde-se um tempo enorme com os obstáculos que a toda hora surgem no caminho. O primeiro deles é o governo, que muda as regras do jogo com uma freqüência desnorteante. A Gerdau enfrenta, agora, esse tipo de problema. As regras de investimento para seu setor mudaram recentemente. A siderurgia passou a fazer parte de uma espécie de lista negra: a China não quer estrangeiros no pedaço. Com isso, as multinacionais que pretendem vir são obrigadas a comprar uma participação minoritária numa empresa local — e aturar um sócio chinês mandando no negócio. A Gerdau sonha há anos com a aquisição de uma fábrica de aços especiais na China. Em outubro, enviou o executivo Wang Yuan, nascido em Xangai e criado no Rio Grande do Sul, de volta à sua cidade natal. Sua missão é achar um parceiro para a Gerdau. Mas, como o setor foi incluído no grupo de não-desejáveis pelo governo, está difícil encontrar o alvo ideal — isto é, uma fábrica que seja ao mesmo tempo eficiente e tocada por um grupo respeitável. “Se não entramos na China, é porque tentamos tudo e nada deu certo”, disse ele.

Associar-se a um parceiro local é a estratégia mais comum de empresas estrangeiras que produzem na China. Primeiro, porque quase sempre é essa a vontade do governo. Em setores considerados estratégicos, não há saída. Quem quer entrar é obrigado a aceitar um sócio chinês. É onde se encaixa a Gerdau. Um estorvo para uns. Um modelo com vantagens para outros. Afinal, um sócio local pode ajudar com suas conexões no governo e em potenciais clientes estatais. A Sadia faz parte desse grupo. A empresa contratou uma consultoria para fazer uma radiografia da estrutura de poder chinesa e, assim, identificar quem pode ajudar em seu futuro negócio. A obsessão da Sadia por influência se explica por sua traumática experiência chinesa. De 1994 a 2006, a empresa teve uma churrascaria em Xangai com um sócio local. A idéia era usar a influência desse sócio para facilitar a exportação de frango brasileiro. Mas logo se viu que o parceiro não era tão influente assim, e nada aconteceu. Por 12 anos, portanto, a Sadia teve em Xangai um elefante branco e inútil. Nessa segunda investida, os cuidados são muito maiores. “Já analisamos mais de 60 fábricas”, diz Wilson Arikita, responsável pela Sadia na Ásia. “Muitas são boas, mas ainda não encontramos aquela que reúna qualidade e influência.” A Sadia cogita até escolher outro país asiático para se instalar caso não encontre um parceiro adequado na China. A dificuldade é tão grande que muitos desistem nessa fase inicial. A Marcopolo abandonou provisoriamente seu velho projeto de produzir ônibus na China. Para isso, teria de ter um sócio local. Como não o achou, decidiu ter uma fábrica de componentes no país, setor no qual o governo permite projetos com capital exclusivamente estrangeiro.

Embora pareçam exagerados, os cuidados que Marcopolo, Gerdau e Sadia tomam na escolha de seus parceiros são plenamente justificados pelas experiências de outros. Erros nessa hora resultam em desastres pouco tempo depois. Há quatro anos, a fabricante de autopeças catarinense ZM abriu uma fábrica na cidade de Shengzhou, a 3 horas de Xangai, com um sócio chinês. A confiança era tanta que os brasileiros deixaram o negócio na mão dos sócios. Pouco tempo depois, perceberam que estavam sendo roubados pelo parceiro. “O rombo era enorme”, diz Luís Carlos Teixeira, diretor da fábrica. Na briga que se seguiu, a ZM conseguiu comprar a participação dos chineses e, em seguida, demitiu toda a administração da fábrica. “Se fosse para começar de novo, nem começaria”, afirma ele. Uma das disputas mais estrondosas da era pós-abertura vem se desenrolando há um ano entre a francesa Danone e seu sócio, o grupo Wahaha, maior fabricante de bebidas da China. Os franceses acusaram o Wahaha de vender os produtos da associação com outras marcas — o dinheiro, assim, ia todo para o bolso dos chineses. A relação deteriorou-se rapidamente e a Danone deve abandonar parte de sua operação na China em breve. Em maio, divulgou-se que a empresa francesa vai vender sua participação na parceria por cerca de 2 bilhões de dólares.

Quem está chegando

As novas empresas brasileiras na China
Gerdau
O que quer lá
Vender aço à indústria automotiva chinesa, a segunda maior do mundo
Em que estágio está
Ainda não definiu seu parceiro na fábrica
Sadia
O que quer lá
Vender carne de frango aos chineses, que consomem cada vez mais proteína animal
Em que estágio está
Já analisaram mais de 60 empresas chinesas, mas não conseguiram encontrar o alvo ideal
Votorantim Cimentos
O que quer lá
Produzir para a indústria de construção civil, um dos maiores motores do crescimento chinês
Em que estágio está
A empresa está procurando alvos de aquisição a partir do Brasil.
Maxion
O que quer lá
Usar a China como base de exportação de rodas
Em que estágio está
A fábrica será inaugurada em junho, com capacidade de produção de 1,8 milhão de rodas por ano
Fras-le
O que quer lá
Produzir autopeças para montadoras instaladas na China
Em que estágio está
Acaba de anunciar o projeto.A fábrica deve começar a produzir em 2009

Uma reclamação comum de multinacionais com parceiros chineses é o roubo de segredos industriais. Estima-se em 60 bilhões de dólares anuais o prejuízo causado pela pirataria no país. A Volkswagen produz carros em associação com a chinesa Saic e descobriu que um de seus modelos tinha sido copiado por outra montadora, a Chery. Havia até partes originais da Volks no carro chinês. As suspeitas do vazamento do projeto recaíram sobre a própria Saic — que, além de parceira da Volks, era sócia da Chery. Multinacionais que aceitam fazer parcerias têm de se habituar com a seguinte idéia: o importante é ganhar mercado hoje, mesmo que o custo disso seja criar o concorrente de amanhã. A brasileira Embraer tem uma fábrica no país desde 2003, em associação com a estatal Avic 2. Pois no ano passado a outra estatal chinesa de aviação, a Avic 1, terminou de produzir seu primeiro jato regional. Embora maior que os ERJ-145 produzidos pela Embraer na Manchúria, o avião chinês ocupará uma fatia de mercado semelhante. Estima-se que 400 000 parcerias tenham sido feitas na China nos últimos 20 anos. Menos de 20% delas deram certo.

Diante desse histórico um tanto assustador, algumas empresas brasileiras decidiram ir à luta sozinhas. Além da Marcopolo, duas fabricantes de autopeças, Maxion e Fras-le, vão abrir fábricas com capital 100% brasileiro na China. Nada indica que, como todos os estrangeiros em busca do mercado prometido, terão vida fácil. A catarinense Weg, uma das maiores fabricantes de motores do mundo, vive há três anos e meio uma dura experiência. No fim de 2004, a empresa comprou uma fábrica estatal na cidade de Nantong, próxima a Xangai. A operação tem custado a engrenar. Só deu prejuízo até hoje. O buraco foi de 10 milhões de reais no ano passado. Andar pela fábrica da Weg em Nantong é como assistir a um filme em câmera lenta: a capacidade ociosa é de 40%, e os operários parecem não ter muito o que fazer. É o contrário do que espera quem ouviu histórias de imbatíveis fábricas chinesas operando a todo o vapor. Todo o desenho da unidade teve de ser revisto, e foram gastos mais de 50 milhões de reais no processo. O objetivo das reformas é levar o faturamento a 100 milhões de dólares em 2010, três vezes maior que o previsto para este ano. Em suas outras aquisições, a Weg levou por volta de três anos para obter o retorno do investimento. Na China, vai levar sete anos. “As coisas começam a melhorar agora”, diz Luis Gustavo Iensen, administrador das operações da Weg na Ásia, enquanto caminha pela linha de produção. “Mas ainda estamos apanhando.”

Nada chama mais A atenção na aventura das empresas brasileiras na China do que a quebra do mito do superoperário. De acordo com esse mito, a mão-de-obra chinesa é obediente, dedicada e fiel. A história das fábricas brasileiras é bastante diferente, o que ajuda a explicar os passos lentos que vêm dando na China. Assim que comprou a estatal chinesa, a Weg expatriou um executivo para comandar os 360 funcionários, habituados ao folgado ritmo estatal de produção. Logo, os chineses se uniram contra o chefe, que teve de ser tirado de lá. Um chinês linha-dura foi colocado em seu lugar. E deu-se a insurreição. Todos os gerentes pediram demissão em seguida, deixando a fábrica à deriva. “Eles estavam acostumados a fazer o que queriam, não o que nós mandávamos”, diz Iensen. “Hoje a situação é totalmente diferente.”

O crescimento está na China
O gráfico mostra a expansão das vendas de cinco multinacionais na China e no mundo inteiro

China Mundo
Siemens 13% 9%
Wal-Mart 53% 6%
Coca-Cola 15% 5,3%
McDonald´s 9% 4,8%
Samsung 14% 9,18%
Fonte: Euromonitor

Embora casos como esse sejam mais raros, as dificuldades cotidianas podem ser enervantes. Para executivos estrangeiros, os problemas de comunicação não se resumem à língua. Com o tempo, os brasileiros da fábrica de compressores da Embraco em Pequim perceberam um curioso hábito de seus funcionários. Quando eles concordavam prontamente com uma ordem recebida, era sinal de que não a executariam. Para facilitar a comunicação com os funcionários, a Embraco contratou o ex-diplomata chinês Ge Xujin, dono de um fluente português. Sua função é traduzir o comportamento dos operários para os executivos brasileiros. “Ele fica nas reuniões e avisa se os chineses estão concordando ou não com as ordens. Porque, se eles não concordam, não fazem”, diz Edemilson Barbosa, um dos executivos da Embraco. E podem não fazer — simplesmente porque os empregos são abundantes e estimulam uma espécie de infidelidade crônica. O superaquecimento da economia nos centros industriais gera uma enorme concorrência por mão-de-obra. Na ZM, mais de 70% dos operários deixam o emprego a cada ano. “Assim, é impossível investir em treinamento”, diz Teixeira, o diretor da empresa. E investir em treinamento é justamente o que as companhias estrangeiras precisam para transferir seu modelo de gestão para a China.

A miríade de desafios enfrentados pelas empresas brasileiras não muda o fato de que a China representa uma oportunidade irresistível de crescimento. A Gerdau quer ter uma fábrica para produzir exclusivamente para a indústria automotiva chinesa — que logo se tornará a maior do mundo. A Sadia quer participar do fenômeno que está transformando o planeta, a elevação do padrão de vida de 1,3 bilhão de chineses. “A China vai precisar de proteína, e nós precisamos estar aqui”, diz o diretor Arikita. Segundo algumas projeções, o país vai comprar 1 400 aviões de porte médio até 2025, e a Embraer só tem a ganhar com isso. As maiores multinacionais fizeram do mercado doméstico chinês seu motor de crescimento (veja quadro), e para as brasileiras a chance é a mesma. Mas leva tempo. Após 13 anos na China, a Embraco vive um momento único. Sua fábrica de Pequim funciona 24 horas por dia, e a capacidade aumentará 50% nos próximos meses. O número de funcionários passará de 1 200 para 1 600. Somente no ano passado os brasileiros conseguiram se sentir donos do negócio, ao derrubar o último feudo de seu sócio comunista, o departamento de recursos humanos. “Levou esse tempo todo até que nosso sócio confiasse na gente a ponto de nos entregar a gestão das pessoas”, diz João Lemos, diretor da fábrica. Com mais de uma década de experiência na China, Lemos é uma espécie de patriarca da comunidade de negócios brasileira no país. Apesar do momento eufórico, ele sabe que a fábrica ainda está a cerca de cinco anos de atingir a produtividade considerada ideal. “Na China é assim mesmo”, diz ele. “Ou você tem paciência ou é melhor ficar em casa.” Palavra de quem já viu de tudo.

Empresas ligadas a petróleo podem render mais de 30% na bolsa neste ano

A Petrobras não é a única opção dos investidores para ganhar com a disparada do petróleo no mercado mundial

Os preços estratosféricos do petróleo no mercado mundial têm impacto direto sobre a economia e são um dos fatores da alta generalizada dos preços nos últimos tempos. Mas os investidores também podem lucrar com a situação, incorporando à sua carteira ações de companhias ligadas ao setor petrolífero com bom potencial de valorização. E, segundo os analistas, as opções vão além da óbvia: a Petrobras ( PETR4). “Todas as empresas periféricas que prestam serviços para a Petrobras se beneficiam”, diz a analista de petróleo da Ativa Corretora, Mônica Araújo.

Uma delas é a gaúcha Lupatech ( LUPA3), fabricante de válvulas e equipamentos para perfuração e exploração de poços de petróleo. As corretoras chegam a projetar um preço-alvo de até 80 reais para os papéis da empresa até dezembro. Isso significa um potencial de valorização de 34% sobre os 59,75 reais com que a empresa fechou esta sexta-feira (13/6).

Tendo a Petrobras como um de seus principais clientes na área petrolífera, a Lupatech deve se beneficiar, no longo prazo, com as encomendas para que a estatal explore os campos em águas profundas recém-descobertos. “Quando a Petrobras iniciar a exploração dos megacampos, a Lupatech como seu principal cliente, terá um cenário muito positivo”, afirma a corretora SLW Corretora. “Com a perfuração em águas profundas e ultraprofundas, a Lupatech terá muita demanda de tecnologia”, acrescenta o analista de petróleo e estrategista de renda variável do Unibanco, Vladimir Pinto. Recentemente, a empresa informou que sua carteira de pedidos na área petrolífera havia ultrapassado 500 milhões de reais, ante a 250 milhões de reais no final de 2007.

No curto prazo, porém, a maioria dos analistas recomenda cautela com a empresa. Um dos fatores é, justamente, a grande dependência do setor petrolífero. Além disso, as corretoras aguardam os resultados do segundo trimestre, previstos para meados de agosto, para reavaliar a companhia. Isto porque a empresa ainda sente os efeitos das seis aquisições de concorrentes que efetuou no ano passado. Apesar de ter dobrado sua receita líquida no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado, a Lupatech fechou março com um prejuízo líquido de 4,5 milhões de reais, ante lucro de 26 milhões no período comparado. “Se a Lupatech começar a apresentar lucros, certamente seus papéis subirão”, diz o diretor da Infinity Asset, André Paes.

Receita garantida

O aumento dos investimentos da Petrobras também favorece a Confab (CNFB4), produtora de tubos metálicos para o setor de energia. A demanda por material para a construção de gasodutos e oleodutos da estatal já assegurou a ocupação de 94% da capacidade produtiva da Confab em 2009.

No final de abril, quando a companhia divulgou os números do primeiro trimestre, que incluíram um incremento de 27,5% na receita líquida, e de 20,4% no lucro, sobre o mesmo período do ano passado, a corretora do Unibanco divulgou um relatório bastante otimista sobre os papéis da empresa. Lembrando que boa parte da produção da empresa já estava assegurada neste e no próximo ano pelas encomendas da Petrobras, o Unibanco projetou um preço-alvo de 8,50 reais para dezembro. Na ocasião, isso significava um salto de 53% sobre o preço corrente das ações. Agora, tendo os papéis fechado em 7,52 reais nesta sexta-feira (13/6), o potencial de alta é de 13%. Já para a SLW, as ações podem subir 18%, para 8,90 reais, até dezembro.

Potencial concorrente

Mas a grande novidade do setor na Bovespa é a OGX ( OGXP3), companhia petrolífera fundada pelo empresário Eike Batista. Criada há cerca de um ano, a empresa estreou na bolsa nesta sexta festejando um feito: o de ter promovido a maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Brasil. Ao captar 6,7 bilhões de reais, a companhia deixou para trás a antiga recordista – a Bovespa Holding, com seus 6,6 bilhões de reais. Para alguns especialistas, embora a OGX seja bem menor que a Petrobras, no longo prazo, a empresa pode ser um concorrente incômodo da estatal.

Os papéis foram distribuídos por 1.131 reais por ação – o teto determinado pelo banco UBS Pactual, coordenador da emissão. Com a demanda dos investidores superando a oferta em cinco vezes, os papéis dispararam logo no início do primeiro dia de negociações na bolsa. Na abertura, as ações subiram 18%. No fechamento, estavam cotadas a 1.225 reais, um ganho de 8,31%. “São vários os motivos que ajudam a explicar a forte demanda da OGX. O principal deles é a disparada do petróleo, cujo preço do barril acumula valorização de mais de 100% nos últimos doze meses”, explica Vladimir Pinto, do Unibanco.

Além disso, no caso da OGX, a expectativa positiva é reforçada pelo fato de boa parte da equipe de executivos da companhia ser formada por ex-funcionários da Petrobras. O mercado avalia que o time montado por Eike possui informações estratégicas sobre a localização de jazidas na costa brasileira. Isso explicaria a agressividade da OGX no leilão em que arrematou 21 blocos de petróleo, em quatro bacias. Em alguns lotes, o ágio ofertado por Eike foi muitas vezes maior que o do segundo colocado. “O mercado também olha para os bons resultados apresentados por outras empresas do empresário, como a mineradora MMX”, diz a corretora SLW. Apesar do comportamento dos papéis na estréia, os analistas ainda não fixaram um preço-alvo para a OGX.

E, por último, claro, há a Petrobras. As corretoras apontam um potencial de alta de até 33% ara as preferenciais da companhia ( PETR4) – é o caso do Itaú, que projeta um preço-alvo de 61,1 reais para dezembro. Nesta sexta, as ações fecharam a 5,95 reais.

Pirataria na indústria da moda





Os participantes dos dois grandes eventos de moda no Brasil, as semanas de São Paulo e do Rio, deixaram a preocupações com tendências, estilos e modelos por causa de um crime.

É a pirataria, uma praga que atinge em grande escala os mercados de música e imagem e que dá muitos prejuízos também ao mundo da moda e acessórios.

É crime, mas nem parece. As tendas de produtos piratas no centro do Rio de Janeiro têm cabideiros, provadores e até vendedores usando o uniforme da loja. Falsificado, é claro.

Com uma câmera escondida, flagramos a negociação dos produtos feita livremente, à luz do dia. Bolsas... Camisetas... Casacos exibindo marcas internacionais.

E não é apenas nas ruas, há também a pirataria de luxo, formada por especialistas na cópia de grandes marcas, como estilistas ou fabricantes. Um mercado ilegal que traz um prejuízo de mais de seis bilhões de reais por ano para a indústria da moda brasileira.

“Você vê que outros copiam. Essa marca não vai ter uma vida própria, ou seja, muito longa também”, diz Denise Drubscky, empresária de moda.

O ministério da Fazenda afirma que, apenas em 2007, foram apreendidos mais de um bilhão de reais em produtos têxteis pirateados.

“Incomoda muito o setor porque às vezes é o mesmo produto e em uma semana já está mais barato, prejudicando a gente que paga imposto, que tem funcionário”, fala Patrícia Rajão, diretora do sindicato de calçados – MG.

E a criatividade dos estilistas brasileiros tem atraído piratas do mundo todo. “Estava em Istambul, num show room de moda, fui levar meu sapato pra expor, cinqüenta e cinco dólares, de sola, couro... Quando cheguei lá, tava minha cópia da estação passada, por onze dólares!”, conta Cláudia Simões, estilista.

E tem um outro tipo de prejuízo. Quando o consumidor entra numa loja e leva para casa, sem saber, um produto falso, a marca é enfraquecida pela qualidade inferior da cópia.

“Pirataria já é crime, ainda sendo de má qualidade, é ruim pra a imagem também da marca”, diz a gerente de marketing de uma loja.

Outra dificuldade é vencer a burocracia e a falta de tempo para registrar os desenhos das peças originais, já que a cada seis meses surgem novas coleções. O presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial reconhece uma disputa desigual entre a criatividade e o crime.

“A atividade criativa no país vai deixando de ser atrativa do ponto de vista econômico. Num ambiente aonde isso se torne comum, as pessoas perdem o incentivo pra investirem em criatividade e inovação”, afirma Jorge Ávila, presidente do INPI.

Europa unificada Arnaldo Jabor

Europa unificada

Arnaldo Jabor comenta sobre este antigo sonho e ressalta as duas faces do mesmo continente.





Crise na União Européia

Crise na União Européia

A Irlanda jogou a União Européia em profunda crise nesta sexta feira. Terminou com um claro "não" um plebiscito convocado para decidir se os irlandeses aceitam um presidente e um ministro das relações exteriores para toda a Europa.

Embora a Irlanda seja um dos menores países da Europa, e situado distante do centro, o voto dos irlandeses tinha um peso extraordinário.

Os 27 países da União têm de aceitar ou rejeitar os termos do tratado de Lisboa, de 2005, pelo qual os europeus combinaram, depois de árduas negociações, que tamanho teria o executivo que rege o bloco e as funções de sua monumental burocracia.

Mas só os irlandeses convocaram um plebiscito, no qual venceu o medo, comum também entre os grandes da Europa, de que decisões nacionais sejam delegadas a uma super estrutura burocrática distante, fria e famosa por esbanjar dinheiro.

Para funcionar, o tratado precisa ser aceito pelos 27. França e Alemanha, entre outros, criticaram os irlandeses, dizendo que o tratado permitiria, na verdade, diminuir o tamanho da burocracia e daria mais garantias aos pequenos nas decisões importantes do bloco, que tem 340 milhões de habitantes e um PIB comparável ao dos Estados Unidos.

O "não" irlandês tem um componente irônico: boa parte do enorme sucesso econômico dos irlandeses nas duas últimas décadas foi conseguido com ajuda financeira da União Européia.

Não está claro o que acontecerá agora. A constituição européia já havia sido rejeitada, entre outros, por França e Holanda. E o euro, a moeda comum, pela Suécia.

O bloco está partido sobre a entrada ou não da Turquia, um país de maioria muçulmana, e pela dificuldade em assimilar os ex-países comunistas do leste.

Parte da imprensa européia comentou os resultados dizendo que a derrota não foi da Europa, foi da incompreensível e intrincada burocracia em Bruxelas, a sede da comissão que governa e união européia.

Lula descarta volta à Presidência após conclusão do mandato

'Trabalhar com essa hipótese é no mínimo mesquinharia elevada à quinta potência', afirmou.
Ao 'Jornal do Brasil', Lula fala que país precisa crescer por 15 anos para ser nação rica.
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Agência Brasil

O presidente Lula durante evento de assinatura de ordens de serviço para a execução de obras do PAC, em Brasília (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em entrevista publicada na edição deste domingo (15) do “Jornal do Brasil”, que não pretende retornar à Presidência após cumprir seu mandato e que o país precisa crescer continuamente entre 4,5% e 5% ao ano por 15 anos para entrar no rol dos países ricos. Na entrevista, o presidente disse ainda que pretende usar os royalties do petróleo para financiar a educação e que vai cobrar mais produtividade dos assentamentos de sem terra. Veja abaixo os principais trechos.

Retorno em 2014

Dia 1º de janeiro de 2011 eu entregarei a Presidência da República e vou para casa. Não tenho interesse de ser candidato a senador, a governador, a vereador. Nada. Não trabalho com a hipótese de volta [à Presidência]. Se eu puder fazer um juramento: pela felicidade do meu filho caçula. Por que eu não trabalho com a possibilidade de voltar? Eu trabalho com a possibilidade de fazer a minha sucessão. Se eu eleger meu sucessor e ficar do lado de fora dando palpite, com poucos meses terei a pessoa que elegi como minha adversária. Como acontece em alguns países e como já aconteceu aqui. Se eu elegi uma pessoa, eu tenho a obrigação moral de ajudar essa pessoa a governar bem. E uma forma de ajudar a governar bem é não dar palpite. Se for consultado, ainda assim, falar em off. Qual é a hipótese de voltar? Se você estiver vivo ainda, se for um adversário que seja eleito. Trabalhar com essa hipótese é no mínimo mesquinharia elevada à quinta potência.

Dilma Rousseff e sucessão

Eu não tenho candidato. Mas começaram a atacá-la [Dilma] quando disse no Rio de Janeiro que Dilma era a mãe do PAC. Ela trabalha nesse PAC 24 horas por dia, controla todos os investimentos do PAC, fica sabendo se é preto, se é roxo. Ela é quem chama os ministros, que presta contas para mim a cada mês, que presta contas para a imprensa. Depois que eu disse isso, talvez os adversários entenderam que era uma senha. E começaram a atacar. A Dilma tem competência? Eu digo, tem. Agora, entre ter competência gerencial e uma candidatura à Presidência, há uma distância da largura do Oceano Atlântico.

Sem terra

Na hora que você tem geração de emprego, há menos gente para os assentamentos. Em cinco anos e meio nós desapropriamos 35 milhões de hectares de terras e o governo passado, em oito anos desapropriou 18 milhões de hectares. Chega um momento, quando você assenta 501 mil famílias, que o problema não é mais assentar. Nós tomamos na semana passada a decisão de fazer os assentamentos produzirem mais alimentos. Chegou a hora de dobrar ou triplicar a produtividade das pessoas que estão no campo. Não podemos permitir que fiquem apenas naquela agricultura de subsistência. Precisamos dar condições para produzirem e ganharem dinheiro. As pessoas têm que saber que ganhar dinheiro é bom.

Juros, inflação e crescimento

O grande prejudicado com a Selic é o próprio Estado, porque aumenta a dívida pública. O problema é a inflação. E por que há inflação? Porque algum setor está aumentando o preço. Se ninguém aumentasse o preço, não teríamos inflação. Há setores que estão aumentando porque dependem de matéria-prima internacional, mas isso não explica o caso do feijão, do arroz, que são coisas nossas. No caso do aço, o minério é brasileiro, as siderúrgicas são brasileiras, os salários são em reais, então não há por que acompanhar o preço internacional. Tenho dito tanto para empresários como para agricultores: está na hora de vocês alertarem os setores que estão elevando os preços. E qual é a alegação para aumentar preços? Aumenta a demanda na construção civil, aumentam os preços. Os empresários deveriam ter um procedimento diferente. Na medida em que aumenta a demanda, não precisa aumentar o preço. Vocês vão ganhar mais pelo aumento do volume de vendas. O Brasil precisa ter um crescimento sustentado de 4,5% a 5% durante 10 ou 15 anos consecutivos. Se o Brasil fizer isso, nós entraremos no rol dos países ricos.

CSS

Isso será uma decisão do Congresso. Os senadores votarão com sua consciência. Graças a Deus as instituições no Brasil funcionam exageradamente bem.

Petróleo e educação

Eu trabalho com o cenário de que o Brasil será o terceiro ou quarto produtor mundial de petróleo. O Brasil não pode se conformar a ser um país exportador de petróleo bruto. Nós precisamos usar essa potencialidade em petróleo e criar uma verdadeira indústria petroleira neste país. Um estaleiro para construir sonda, um estaleiro para construir plataforma, um estaleiro para construir embarcações. Hoje, se a gente tivesse que completar todas as sondas que a Petrobras precisa para começar a trabalhar, a gente não teria condições só com a produção brasileira. Será preciso a gente trazer de fora para que dê tempo de o nosso parque industrial se preparar. Mas essa é uma oportunidade excepcional para a gente desenvolver a indústria naval brasileira. E eu acho que nós precisamos aproveitar esse petróleo, eu não discuti ainda com ninguém o que nós vamos fazer com o petróleo, que pertence à União. As áreas que não foram leiloadas ainda são da União. Eu estou pensando seriamente nos investimentos que podemos fazer. Eu sonho com a criação de um fundo para investir na educação neste país.

Caso Varig

É como se alguém levantasse pela manhã, fosse fazer um suco de laranja e a laranja não tivesse suco. Ou seja, como é que podem alguns senadores passarem 9 horas naquela conversa com ela, sem nada. Espremiam, espremiam e, nada. O que deu? Qual é o resultado daquilo? Esse caso da Varig foi inteiramente cuidado por um juiz, começou e terminou. Não houve participação do governo, porque o governo não podia fazer nada. Estava na mão do Judiciário. Agora vêm as pessoas e dizem: mas o governo tinha pressa. Lógico que nós tínhamos pressa. A Varig estava quebrada. Todo dia a manchete era sobre o caos aéreo.

Eleição norte-americana

Não posso dizer [se torce por uma vitória do democrata Barack Obama em relação ao provável candidato republicano, John McCain, nas eleições dos Estados Unidos, em novembro]. O Monteiro Lobato escreveu que um dia haveria uma disputa entre uma mulher e um candidato negro nos Estados Unidos. É o que está acontecendo com o Barack Obama. Eu acho que é uma revolução na cabeça do eleitorado americano. Se Obama ganhar será mostra de grande evolução. Essa é a grande novidade desses últimos 100 anos da História. E Deus queira que, ganhando as eleições, ele possa ter uma política dos Estados Unidos diferente para América Latina. Não [o conheci]. Mas tem a vantagem que o Mangabeira Unger [ministro de Assuntos Estratégicos] foi professor dele em Harvard. É um companheiro, indiretamente... Os EUA deveriam ter um olhar para a América Latina, que não fosse o olhar conspirador. Não existe mais ninguém querendo fazer revolução na América Latina. O novo presidente deveria ter um olhar positivo


Lula diz a investidores que 'falta muito a ser feito' em regulação e tributação

Presidente foi homenageado na Bovespa pela conquista do grau de investimento.
Ele disse que principal desafio do país no momento é evitar retorno da inflação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (16), ao receber homenagem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pela conquista do grau de investimento, que “existe muito ainda a ser feito em regulação e tributação” para que o país alcance o nível ideal de investimentos.

Lula destacou que neste momento o principal desafio do governo é evitar o retorno da inflação.

"Não temos o direito de permitir qualquer retrocesso nesse país. Temos um pequeno problema, que é a inflação neste instante, sobretudo sobre os alimentos. E nós temos a obrigação - governo, trabalhadores, membros da Bolsa de Valores e empresários - , de não permitir que a inflação volte a atrapalhar o sonho de estabilidade que este país construiu."

Em discurso, ele afirmou que o governo reduziu gastos, elevou o superávit primário, aumentou impostos sobre operações financeiras, enxugou os mecanismos de crédito, reduziu a tributação sobre combustíveis e adotou uma política monetária mais rigorosa para tentar controlar a inflação.

“Olhando além, tenho confiança de que o Brasil pode atravessar esta onda. Não temos o direito de permitir retrocesso. A inflação não é apenas responsabilidade do Banco Central e do Ministério da Fazenda, mas de toda a sociedade”, disse.

Lula participou da cerimônia ao lado do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e dos ministros Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Guido Mantega (Fazenda). O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também esteve presente.

Grau de investimento
Neste ano, as agências de análise de risco Standard and Poor’s e Fitch Ratings concederam o grau de investimento ao Brasil, o que significa que o país passou a ser considerado local seguro para investimentos estrangeiros.

A avaliação de risco de investimento é um sistema de nota desenvolvido por agências de análise de riscos para alertar os investidores de todo o mundo sobre os perigos do mercado em que eles escolhem para aplicar seu dinheiro.

A partir da nota de risco recebida por determinado país, os investidores podem avaliar se a possibilidade de ganhos (por exemplo, com juros maiores) compensa o risco de perder o capital investido por causa da instabilidade do país em questão.

O principal benefício de o país se tornar "investment grade" é atrair grandes investidores de países desenvolvidos que, por regras dos seus estatutos, só podem investir em ativos considerados de baixo risco

Brasil terá 10 anos de crescimento sustentável, diz Lula

Lula acredita que em pouco tempo o país extrairá petróleo da camada pré-sal.
Presidente recebeu homenagem de investidores por grau de investimento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (15), na Bovespa, que o Brasil terá pelo menos dez anos de crescimento sustentável.

Lula, que recebeu homenagem dos investidores em virtude de o Brasil ter alcançado grau de investimento, afirmou que passado o desafio do combate à inflação, ele espera que haja maior equilíbrio entre oferta e demanda de produtos com o resultante crescimento sustentável, sem elevação dos preços nos próximos anos.

"Não temos o direito de permitir qualquer retrocesso nesse país. Temos um pequeno problema que é a inflação neste instante, sobretudo sobre os alimentos. E nós temos a obrigação - governo, trabalhadores, membros da Bolsa de Valores e empresários - , de não permitir que a inflação volte a atrapalhar o sonho de estabilidade que este país construiu."

O presidente acredita que dentro de pouco tempo o Brasil conseguirá extrair petróleo da camada pré-sal descoberta em reservas da costa brasileira. Ele defendeu que o óleo não seja exportado em sua forma bruta, mas transformado antes da exportação, o que vai garantir maiores investimentos na indústria naval e na indústria petroleira.

Lula também afirmou aos investidores que a crise de alimentos que afeta o mundo é uma oportunidade para o Brasil, que tem o desafio de dar um salto de qualidade na produção de alimentos.

O presidente comemorou o fato de a estabilidade econômica ter garantido ao Brasil o grau de investimento, ao tempo em que a Bovespa e a Bolsa Mercantil e de Futuros, fundidas, se transformaram no terceiro maior mercado de capitais do mundo.

“Isso não é província, é potência. É quase chegar perto do paraíso. Mas um pouco e nós chegaremos lá”, disse.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Desenvolvimento - Rio pode sediar os Jogos Olímpicos de 2016

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que o Rio de Janeiro é uma das quatro cidades que ainda disputam a honra e a responsabilidade de sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta quarta-feira: o Rio de Janeiro é uma das quatro cidades que ainda disputam a honra e a responsabilidade de sediar as Olimpíadas de 2016. É o que mostram os enviados especiais à Grécia Marcos Uchôa e Márcio Torres.

O atraso de quase meia hora gerou nervosismo para todos, mas, quando veio o anúncio,
Rio de Janeiro, Chicago, Madri e Tóquio comemoraram. Das sete cidades candidatas, só essas quatro passaram pelo primeiro crivo, pela primeira peneira. Já era motivo de alegria, moderada e compartilhada.

“O Rio de Janeiro tem características únicas e elas, somadas a um projeto técnico, vão nos levar à vitória”, afirmou o prefeito Cesar Maia.

O presidente Lula logo ficou sabendo. "Ele falou maravilha, como um bom torcedor", contou o governador do Rio Sérgio Cabral.

Mas ainda falta muito para a Cidade Maravilhosa virar uma cidade olímpica. O relatório do Comitê Olímpico Internacional (COI) deu uma nota preliminar para o projeto de cada cidade. Entre as que continuaram na disputa, a nota mais baixa foi a do Rio: 6,4.

Mas Olimpíada não é uma escolha apenas objetiva, técnica, financeira, é uma corrida onde vence quem convence o Comitê Olímpico Internacional de que é a melhor para o mundo e para o esporte. “Há três edições de Jogos Olímpicos, que não tem uma cidade de um país que nunca organizou. Nós fazemos uma diferença”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro.

Rio de Janeiro, Madri, Tóquio e Chicago têm até o dia 12 de fevereiro do ano que vem para entregar um dossiê para o COI, explicando direitinho o que pretendem para os Jogos Olímpicos de 2016. A partir daí, as cidades serão visitadas por uma comissão que vai elaborar um relatório. No dia 2 de outubro de 2009, os integrantes do COI vão votar e decidir qual cidade que vai ter o privilégio de sediar os Jogos Olímpicos de 2016.

Google mapeia fazendas que recebem subsídios na Europa

Projeto em parceria com a Farm Subsidies já foi colocado em prática na Suécia e será expandido a outros países

Jamil Chade, de O Estado de S. Paulo

GENEBRA - Com a inusitada ajuda da gigante Google, a caixa-preta dos subsídios agrícolas começa a ser rompida. Por meio da tecnologia e da Internet, qualquer um pode agora saber para onde vão os bilionários subsídios europeus. A Google e um grupo de ativistas, a Farm Subsidies, mapearam quem recebe a ajuda estatal para produzir alimentos na Suécia e concluíram algo ainda mais inusitado: muitos dos recipientes dos recursos não vivem no campo, mas em grandes cidades e mesmo no centro da capital do país.



Veja também:

link Mapa das fazendas que recebem subsídios video



O projeto espera ser expandido para outros países para revelar ao público para onde vai metade do orçamento da Comissão Européia. Mas muitos países ainda mantêm os dados sobre os beneficiários dos subsídios em sigilo total. No total, os europeus destinam cerca de 53 bilhões de euros por ano em subsídios, ou 1 bilhão de euros por semana.



O governo brasileiro insiste que a crise alimentar mundial ocorre em parte por causa dos subsídios agrícolas que, por anos, distorceram os mercados internacionais e impediram investimentos nos países pobres. Nas negociações internacionais, o tema do corte dos subsídios é o mais delicado, já que toca na capacidade dos governos de convencer seus grupos de aliados a deixarem de receber ajuda estatal. Em alguns casos, isso significa a perda de votos.



Os mapas da Google mostram todas as fazendas que, desde 2000, receberam subsídios para a produção agrícola. No total, 7 bilhões de euros foram distribuídos. O instrumento permite que um simples clique com o mouse do computador sobre o mapa informe o nome da pessoa que recebeu os subsídios, por quanto tempo e o valor.



Uma das constatações mais surpreendentes foi de que uma parte significativa dos subsídios vai para pessoas que moram na realidade em grandes cidades. Em Estocolmo, por exemplo, moradores da cidade antiga estão na lista dos que se beneficiaram. Um deles, segundo o mapa, é Alexander Oxenstierna. Ele sozinho recebeu mais de 200 mil euros em subsídios. Outros, com endereço na beira dos chiques canais de Estocolmo, também receberam valores entre 6 mil euros e mais de 100 mil euros.



No caso da Suécia, porém, o trabalho de mapear as fazendas foi relativamente fácil. O país é o mais transparente em termos de acesso às informações de seus gastos públicos.



Nos próximos meses, os demais governos europeus serão obrigados a romper com o sigilo e divulgar quem são os fazendeiros que recebem os recursos. Em muitos casos, porém, o dinheiro vai para empresas multinacionais que não querem ser identificadas como as beneficiárias da ajuda estatal.



Na Europa, uma pressão cada vez mais forte é feita para que se divulgue quem são os beneficiários dos subsídios. Países como a Inglaterra e Suécia estimam que a UE deveria cortar de forma dramática a ajuda a um setor que representa apenas 4% da população economicamente ativa.



Resistência



A França, que presidirá o bloco a partir de julho, já deixou claro que vai resistir à qualquer proposta de corte de subsídios. "A crise nos alimentos nos dá razão e por isso vamos pressionar para que nossa capacidade de produção seja preservada", afirmou Michel Barnier, ministro da Agricultura da França.



As associações de fazendeiros alegam que não vão aceitar um corte da ajuda, mesmo com o boom no setor agrícola. "Não está na hora de reduzir os subsídios", afirmou o vice-presidente da Cooperativa de Produtos Agrícolas da Europa, Gerd Sonnleitner.

Industria - Matriz da GM nos EUA recebe ajuda brasileira

Matriz da GM nos EUA recebe ajuda brasileira


A General Motors do Brasil está enviando dividendos à matriz nos Estados Unidos, que passa por severa crise. Incluindo as operações financeiras, o grupo teve prejuízo de US$ 3,25 bilhões no primeiro trimestre. Já a região liderada pelo Brasil obteve o maior lucro dentro da empresa, de US$ 517 milhões.

“Em tempos difíceis, investimos pesadamente no Brasil, e neste momento é a GM brasileira que está pagando dividendos”, disse o presidente mundial de operações da montadora, Fritz Henderson. Ele chegou ontem ao País para participar, hoje, da comemoração dos dez anos da fábrica de Gravataí (RS) e da marca de 1 milhão de carros produzidos na unidade.

Número dois no comando da maior montadora americana, Henderson é o segundo executivo do alto escalão da indústria automotiva a visitar o Brasil nos últimos dias. Na semana passada, o presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, participou, em São Bernardo do Campo (SP), da inauguração de um centro virtual de desenvolvimento de carros e da cerimônia que marcou a produção de 18 milhões de veículos da marca no País. O mercado brasileiro deve bater novo recorde vendas este ano, com quase 3 milhões de unidades. Em 2007, foram vendidos 2,45 milhões de veículos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Expansão Naval - A dama do estaleiro

Jovem e bonita, Gisela Mac Laren tirou o estaleiro de sua família da lama. Agora ela tenta se destacar numa indústria naval em franca expansão

André Valentim


Gisela Mac Laren, dona do estaleiro Mac Laren Oil

Por Malu Gaspar

Mulheres em postos de comando ainda são exceção no ambiente empresarial brasileiro. Elas avançam, mas em ritmo lento — ou pelo menos mais lento do que gostariam. Em indústrias pesadas, como a naval, esse fosso se aprofunda. É por isso que a presença de Gisela Mac Laren continua a causar estranheza. Aos 40 anos de idade, a bela Gisela é hoje responsável por trazer de volta à tona um negócio criado há sete décadas por seu avô. Seu estaleiro, o Mac Laren Oil, está hoje entre os cotados para atender a parte da encomenda de 40 navios-sonda e plataformas semi-submersíveis que a Petrobras pretende construir para a exploração dos campos da camada pré-sal, a maior promessa de novas reservas de petróleo no mundo. Além disso, Gisela agora se prepara para iniciar as obras de um dos três primeiros diques secos do país (é nos diques secos que se constroem e se consertam plataformas, navios- plataforma e grandes petroleiros), um empreendimento de 160 milhões de reais.
Gisela Mac Laren,
dona do estaleiro Mac Laren Oil
Idade
40 anos
Família
Casada, dois filhos
Formação
Economia na Nova University, na Flórida
Carreira
Está no comando do estaleiro da família desde 2000
Maior desafio
Construir o primeiro dique seco da Região Sudeste. Para isso, serão necessários 160 milhões de reais. A obra servirá para produzir plataformas de petróleo semi-submersíveis, navios-plataforma e navios de apoio

O Mac Laren Oil é um dos negócios que começam a ressurgir, arrastados pela onda de recuperação da indústria naval brasileira. Gisela, por sua vez, faz parte de uma geração de empresários do setor que terão de provar que duras lições do passado foram aprendidas. Por décadas, os estaleiros brasileiros dependeram exclusivamente dos humores de governos. Protegidos e ignorantes quanto às leis mais básicas do mercado, afundaram na ineficiência e na incapacidade de competir globalmente.

As oportunidades do presente são incomparáveis. Graças à demanda recorde de estatais como Petrobras e Transpetro e a uma polêmica decisão do governo de incentivar o renascimento do setor naval, empresas como o Mac Laren Oil vêem o faturamento crescer em progressão geométrica. Até o ano passado, o Mac Laren Oil teve receitas de cerca de 50 milhões de dólares. Neste ano, suas receitas dobrarão. A meta é multiplicar o número atual por 10, para cerca de 500 milhões de dólares, em apenas quatro anos. O dique seco que Gisela vai construir em Niterói cumprirá uma etapa fundamental nesse plano. Para tirá-lo do papel, sua empresa associou-se ao Jurong Shipyard, de Cingapura, um dos maiores estaleiros do mundo, com faturamento de 3,3 bilhões de dólares. Pelo acordo, o Jurong fornece a tecnologia e o Mac Laren entra com as instalações para as obras, que serão concluídas até 2009. Quando estiver em plena atividade, o Mac Laren poderá contar com até 5 000 empregados e será capaz de construir plataformas semi-submersíveis e equipar navios-plataforma. Além disso, a parceria com o Jurong abre as portas do aquecido mercado internacional para Gisela — um retrato bem diferente do que ela encontrou ao assumir o estaleiro, há sete anos. “Ninguém acreditava que poderíamos voltar”, diz ela.

O Mac Laren já foi um dos maiores estaleiros do Brasil na década de 70, época em que o setor viveu seu auge. Na fase áurea, quando as encomendas de estatais fizeram do Brasil o segundo maior produtor de navios do mundo, o Mac Laren tinha 14 000 funcionários. Com o final da “ajuda” federal e a inflação galopante dos anos 80, toda a indústria naval foi à bancarrota — e o Mac Laren Oil minguou até ficar com apenas 30 empregados. Dos 15 grandes estaleiros que operavam naquele momento, só seis sobreviveram. Apesar de fazer parte do grupo de remanescentes, o Mac Laren passou toda a década de 90 mergulhado em dificuldades que o levaram à concordata. No início da década de 90, a família chegou a se mudar para uma casa pré-fabricada dentro do estaleiro para tentar administrar a crise. A situação ficou tão ruim que, para não fechar as portas, a empresa teve de aceitar um contrato de reforma de 25 000 orelhões para a operadora Telemar. Foi o fundo do poço — inclusive na vida pessoal dos Mac Laren. Mãe de dois filhos, Gisela havia sofrido ameaça de seqüestro e decidiu passar uma temporada de um ano nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, e com o desejo de fazer renascer o negócio da família, ela deparou com um cenário de desolação e desconfiança. “Eu não era sequer recebida na Petrobras”, diz ela.

De volta ao mar
Os números que mostram a recuperação do setor naval
Contratos assinados (em dólares)
2003 298,3 milhões
2005 316 milhões
2007 4,3 bilhões(1)
Empregos diretos (em milhares)
2003 7,5
2004 12,5
2005 14
2006 19
2007 40
(1) Efeito das encomendas da Transpetro Fontes: Fundo de Marinha Mercante e Sinaval

A partir do ano 2000, quando os primeiros grandes campos de petróleo entraram em operação, Gisela começou a ganhar contratos. O Mac Laren construiu os módulos de geração de energia das plataformas P-51, P-52, P-53 e os módulos de compressão da plataforma P-53. “No começo, as pessoas achavam que Gisela não entendia de indústria naval e não a levavam em consideração. Ela se impôs na base da teimosia”, diz o ex-secretário de Energia e Indústria Naval do estado do Rio Wagner Victer. A mostra mais contundente disso foi a visita de um político ligado a estaleiros (a empresária se recusa a dizer quem é) no final de 2004. “Ele disse que queria que eu saísse do negócio e perguntou quanto eu queria para ir cuidar da minha vida”, afirma Gisela. “Falei que não desistiria por nada.” Outra prova foram as negociações para a retomada da área alugada ao estaleiro Aker Promar, em 2004. Por mais de dois meses, Gisela e o presidente do estaleiro tentaram chegar a um acordo sobre o uso das instalações. Depois de reuniões tensas, que entraram pela madrugada, ela acabou conseguindo um acordo para obter de volta a área, em 2012. É lá que o Mac Laren pretende construir outro dique seco, ainda maior, para atender à demanda por sondas e navios-petroleiros da Petrobras.

Com a retomada do setor naval, Gisela Mac Laren não é mais a única estranha no ninho. Grandes empreiteiras, como Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, e construtoras como a WTorre entraram no setor. As três estão envolvidas nos dois outros projetos de diques para a construção de grandes petroleiros no Brasil. Outra forasteira, a Odebrecht, também procura um estaleiro para comprar no Rio de Janeiro. O recente interesse pela indústria naval deve-se basicamente a dois fatores. O primeiro, já mencionado, a uma decisão de governo. Quando o presidente Lula assumiu, tornou obrigatória a compra de 80% de componentes nacionais em plataformas e navios pela Petrobras. (Recentemente, circularam informações de que a estatal teria se insurgido contra a decisão por entender que compras internacionais poderiam ser mais ágeis e baratas.) O segundo fator é o crescimento da economia e do aumento do comércio exterior. Nos últimos sete anos, a carga geral transportada no Brasil passou de 90 000 para 520 000 toneladas. Na área de apoio a atividades petrolíferas, a frota cresceu de 120 para 210 embarcações nos últimos cinco anos. Mas, para estudiosos da indústria naval, é no mercado internacional, especialmente no segmento de grandes navios-petroleiros, que estão as maiores oportunidades.

O problema é que os estaleiros nacionais mal conseguem dar conta da reserva de mercado que ganharam no Brasil. Na opinião de consultores e especialistas do setor, o investimento da indústria naval ainda está aquém do necessário não só para competir internacionalmente como até para atender às encomendas internas — que não param de acontecer. No último dia 26, a Transpetro anunciou que vai encomendar mais 23 navios, e a Petrobras, outros 146. “Atender a essas encomendas vai exigir um esforço muito grande de formação de pessoal, investimento em tecnologia e na própria cadeia produtiva. Até agora, com uma ou outra exceção, esses investimentos não foram feitos”, diz Floriano Pires, professor de engenharia naval da UFRJ. “Por causa disso, estamos perdendo uma chance no exterior também. Hoje, todos os estaleiros internacionais estão sobrecarregados.” É justamente essa janela de mercado que a herdeira do Mac Laren pretende aproveitar. “Abriu-se um momento mágico para a indústria naval brasileira e nós estamos prontos para aproveitar isso”, diz Gisela. Depois de se impor num mundo eminentemente masculino e fazer seu estaleiro renascer, Gisela parece determinada a atingir seu objetivo. Será que ela aprendeu a lição?

MERCADO - Cade aprova compra da Del Valle pela Coca-Cola


O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também aprovou nesta quarta-feira a compra da empresa Del Valle México, fabricante dos Sucos del Valle, pela Coca-Cola e pela Femsa (engarrafadora da Coca-Cola). Apesar da aprovação por unanimidade pelo plenário do conselho, foi imposta às empresas a redução do prazo firmado pelos ex-proprietários da Del Valle de não retornarem ao mercado. Pelo acordo inicial, o prazo seria superior aos cinco anos.

O julgamento havia começado em maio, mas foi interrompido por um pedido de vistas da presidente do conselho, Elizabeth Farina, que queria mais informações das empresas sobre o mercado de sucos prontos no Brasil. A venda da Del Valle ocorreu no final de 2006.

ENERGIA - Licenciamento barra investimento em geração de energia, mostra Bird

Por: Karin

Um estudo do Banco Mundial divulgado nesta terça-feira (3) revela que as dificuldades ambientais e sociais, incluindo os aspectos regulatórios do sistema elétrico, não são os únicos fatores que restringem os investimentos em geração hidroelétrica. O sistema de licenciamento como um todo impõe altos custos diretos e indiretos, que chegam a representar 20% do total dos investimentos.

O estudo, intitulado "Licenciamento ambiental de empreendimentos hidrelétricos no Brasil: uma contribuição para o debate", mostra a falta de clareza entre as atribuições dos diversos órgãos envolvidos como um dos principais gargalos do sistema de licenciamento. O problema ocorre desde o planejamento dos projetos hidroelétricos até a sua implementação.

Solução
Uma solução apontada pelo Banco Mundial é a análise das questões ambientais e sociais desde o início do planejamento elétrico, o que contribuiria para equacionar os gargalos e evitar paralisações e conflitos institucionais como os que ocorrem atualmente. Geralmente, tais questões são analisadas somente na fase de projeto.

"Para assegurar que a matriz energética brasileira permaneça uma das mais limpas do mundo, é preciso evitar criar incentivos indiretos para o uso da energia térmica, muito mais poluente do que a hidroeletricidade", afirmou o diretor do Banco Mundial para o Brasil, John Briscoe.

"Para tal, são necessárias melhorias nos sistemas regulatório e de licenciamento, possibilitando que o enorme potencial hídrico do Brasil, grande parte do qual na Amazônia, possa ser explorado de forma eficiente e sustentável".

Custos
Foram levantados os custos do licenciamento ambiental, como a mitigação ou prevenção de impactos, o cumprimento de normas sociais e ambientais, custos financeiros da incerteza regulatória e os custos indiretos associados a atrasos e à entrada de usinas mais caras em funcionamento antes das mais baratas, por conta dos problemas de licenciamento.

Os custos sociais e ambientais diretos, medidos em kW instalado, representam em média 12% dos custos totais das usinas geradoras. As questões sociais, como reassentamento, apoio às comunidades e infra-estrutura, representam a maior parte desses custos (aproximadamente 10% dos custos totais), enquanto as questões relacionadas ao meio ambiente físico equivalem a 2%.

Os custos indiretos, por sua vez, que medem as oportunidades econômicas perdidas, variam de US$ 10 a US$ 50 por kW instalado, ou de 1% a 5,4% das usinas. No total, o sistema de licenciamento ambiental representa um custo adicional entre US$ 143 e US$ 183 por kW instalado, ou 15% a 20% dos gastos totais.

Entraves
Atualmente, a maioria dos problemas e atrasos associados ao processo de licenciamento ambiental no Brasil ocorre na primeira fase (licença prévia). Além da falta de clareza sobre qual esfera governamental (federal ou estadual) é responsável pelas licenças ambientais, também foram identificados:

* Atrasos na documentação para os estudos de impacto ambiental;


* Má qualidade dos estudos de impacto ambiental preparado pelos empresários;


* Avaliação inconsistente desses estudos;


* Falta de um sistema adequado para resolução de conflitos;


* Falta de regras claras para a compensação social;


* Falta de profissionais da área social no órgão ambiental federal.

Tudo isso acarreta um envolvimento mais ativo do Ministério Público, o que pode ocasionar mais demoras no processo.

A conclusão a que se chega é que não são necessárias reformas radicais para aprimorar o sistema. Entre as dicas, estão o esclarecimento por lei das responsabilidades entre as esferas federal e estadual, a adoção de mecanismos de resolução de conflitos para o processo de licenciamento (especialmente para grandes projetos), licenças prévias que possam incidir sobre o conjunto de projetos propostos para uma mesma bacia, aprimoramento do conteúdo dos estudos de impacto ambiental e melhorias no processo de planejamento energético.

TELECOM - Santander vê queda exagerada e recomenda compra para Vivo e TIM

Por: Gabriel

A afirmação dada na última segunda-feira (2) pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, de que estuda a redução das tarifas de interconexão entre as operadoras de telefonia segue repercutindo entre os analistas.

Nesta quinta-feira (5), foi a vez de o Santander demonstrar uma postura cautelosa com a notícia, tendo em vista os impactos gerados nas principais companhias móveis do País, Vivo e TIM, responsáveis por mais da metade do mercado brasileiro de celulares.

Na visão da equipe do banco, o fato deve ser visto como um alerta para as operadoras móveis, além de aumentar a percepção de risco dos investidores com as ações do segmento, dada a significativa participação da interconexão nas receitas das empresas.

Queda exagerada sustenta "compra"
Repercutindo a notícia, as ações de Vivo (VIVO4) e TIM (TCSL4) acumulam queda de mais de 10% e 8%, respectivamente, na semana, sendo o primeiro papel o maior recuo do Ibovespa na sessão, o que evidencia a reação negativa do mercado ao tema.

Contudo, os analistas do Santander acreditam que, apesar de negativo, o fato não deve ser responsabilizado pela forte queda dos ativos, mas sim uma reação exagerada do mercado com o evento, especialmente para a Vivo.

Neste sentido, considerando as baixas cotações dos papéis em um patamar atrativo para a entrada, a instituição recomenda a compra às ações de ambas as operadoras.

ECOLOGIA - -Brasileiro já percebe motivação financeira em cuidar do meio ambiente

Brasileiro já percebe motivação financeira em cuidar do meio ambiente

Por: Flávia

"A motivação para começar a cuidar do meio ambiente começa também pelo bolso". A afirmação é da coordenadora da área de capacitação comunitária do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, Raquel Diniz.

De acordo com ela, o cidadão brasileiro já percebeu que cuidar da natureza também gera menores gastos. Pesquisa realizada pelo Akatu em 2006 comprova esta afirmação: 59% da população entrevistada - mais de 2 mil pessoas - já conseguia enxergar uma motivação econômica no consumo consciente.

Mas, de acordo com ela, o que ainda barra o consumidor a tomar atitudes sustentáveis é que vivemos em um paradigma de consumo. Desde a Revolução Industrial, a sociedade é estimulada a comprar, usar e jogar fora, sem pensar nas conseqüências.

O consumo consciente
Mudar este quadro necessita que o homem, nas palavras de Raquel, "se veja inserido novamente na cadeia da vida" e perceba que terá ganhos econômicos ao cuidar do meio ambiente. "É importante que o consumidor desperte para o seu papel de agente transformador".

No processo de consumo, a assistente de conteúdo do Instituto Akatu, Rita Nardy, aponta uma maneira fácil de se preparar para o novo paradigma de 'cuidar do meio ambiente'. É usar os quatro R da compra consciente.

"O primeiro é repensar: eu preciso mesmo deste produto? O segundo é reduzir, ou adquirir somente o que for necessário", afirma Rita. Outro passo é reutilizar, o que significa doar e transformar o bem, para não descartá-lo. Depois que o recurso cessou, o último R é o de reciclar.

Atitudes
Para reforçar esta idéia de que o consumo consciente traz ganhos, em comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente, nesta quinta-feira (5), a InfoMoney selecionou algumas atitudes que o cidadão pode tomar para preservar os recursos naturais e, ainda, ter mais benefícios financeiros:

# Produtos: Crie um novo critério para a compra de produtos: o impacto sobre o aquecimento global. Dê preferência aos fabricados na região, ou mais baratos, com material reciclado, de maior vida útil e com certificado de origem.

# Energia: A geração de energia é uma grande fonte de emissão de gases de efeito estufa. Apague as luzes ao sair dos ambientes, reduza o tempo dos banhos e desligue os aparelhos eletroeletrônicos, quando não estiver usando. Tudo isso ainda diminui a conta de luz!

# Lixo: Quanto menor o volume de lixo, menos gases emitidos para que seja armazenado. Aposte na reciclagem - com a qual é possível conseguir juntar um dinheiro - ou ajude alguma entidade com esta finalidade. Dessa forma, há economia de água, energia e matéria-prima.

# Roupas: Existe uma forma de adquirir roupas novas, e sem gastar! O clothing swap, ou encontros de troca de roupas, é a nova fórmula adotada por norte-americanos e britânicos para poder economizar e renovar o armário. Os modelos encalhados na gaveta são ofertados em bazares para realização de troca.

# Turismo: Jogar latas, sacolas plásticas e garrafas no chão, quando se viaja a um lugar diferente, pode trazer efeitos negativos tanto para o meio ambiente quanto para o bolso do turista e da população local. Isto porque, enquanto o ambiente é poluído com estes objetos, o governo local deve gastar mais para a preservação da natureza e, com isso, produtos e serviços são inflacionados.

# Água: Em 2050, mais de 45% da população mundial não terá a quantidade mínima de água necessária para o consumo diário. De acordo com o gestor de unidade de Negócios Mizumo, divisão do Grupo Jacto, Giovani Toledo, reutilizar água é mais do que uma questão de responsabilidade ambiental, mas econômica e, acima de tudo, humana. O investimento consciente
Para ajudar os investidores que pensam no meio ambiente, a Bolsa de Valores de São Paulo criou, em dezembro de 2005, em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a IFC (International Finance Corporation) e mais oito entidades, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

O índice reúne uma carteira composta por ações de empresas altamente ranqueadas em responsabilidade social. Segundo publicação do Instituto Ethos, "o índice reúne em uma carteira as ações de empresas que tenham forte desempenho financeiro e atuação em questões sociais, ambientais e corporativas que possam ser consideradas sólidas a longo prazo".

De acordo com a coordenadora do Instituto Akatu, quando o assunto é investimento, é crescente a preocupação do brasileiro para onde o dinheiro está indo. O total de pessoas que apostam em empresas responsáveis, por sua vez, ainda é pequeno dentro do universo de investidores do País.

"Essa preocupação está caminhando. Mas, se os bancos criam fundos sustentáveis, é porque existe essa demanda, ainda que pequena", finaliza.

Bicombustíveis -87,6% dos veículos vendidos em maio eram bicombustíveis



Anfavea: 87,6% dos veículos vendidos em maio eram bicombustíveis

Por: Patricia

Os veículos bicombustíveis continuam com grande representatividade no mercado nacional. De acordo com dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) nesta quinta-feira (5), 87,6% dos automóveis e comerciais leves, nacionais e importados, vendidos no mercado interno em maio eram deste tipo.

Em relação ao mês anterior, quando 87,5% dos veículos vendidos eram do tipo flex fuel, foi constatada estabilidade. Já na comparação com maio de 2007 (83,8%), ocorreu crescimento de 3,8 pontos percentuais.

Gasolina, álcool e diesel
As vendas de veículos movidos apenas à gasolina ficaram estáveis em maio, mantendo a participação de 7,9% atingida em abril. Já em relação ao quinto mês de 2007 (12,4%), houve recuo de 4,5 pontos percentuais.

Os automóveis movidos apenas a álcool mantiveram participação nula nas vendas do quinto mês deste ano, o que já vem ocorrendo desde junho de 2006.

Por fim, os veículos movidos a óleo diesel atingiram 4,5% de participação em maio, mantendo praticamente o mesmo percentual do mês anterior (4,6%). Já na comparação com o quinto mês de 2007 (3,8%), houve aumento de 0,7 p.p.

Carreira - Jovens líderes:

Jovens líderes: veja quem são eles e quais desafios enfrentam

Por: Flávia

- Criatividade. Com esta característica acentuada, alguns profissionais conseguiram conquistar cargos de liderança antes dos 25 anos de idade. São os chamados jovens líderes.

Segundo o diretor da empresa de soluções em Recursos Humanos, Grupo Soma, Antonio Carminhato, eles possuem, além da criatividade, força de vontade para agir. "Acontece da seguinte maneira: eles têm a idéia, agregam pessoas e acreditam no projeto, que vai se consolidando", explica.

Ainda sobre o perfil deste profissional, é possível dizer que estão, normalmente, entre os 22 e 23 anos de idade e em áreas poucos convencionais. De acordo com Carminhato, um exemplo é a área de tecnologia, para desenvolvimento de inovações na internet.

Desafios
Apesar de mostrarem competência, estas pessoas também encontram desafios no mundo corporativo, principalmente por causa da idade. Dependendo do ambiente em que trabalham, eles podem ser vistos com certa desconfiança.

"Se trabalha em uma empresa que só possui jovens, ele será bem aceito, mas quando há pessoas muito maduras, pode ser visto com certa insegurança", disse Carminhato.

Isso porque, de acordo com o diretor do Grupo Soma, o que acontece é que a pessoa mais jovem costuma ter pouca maturidade no relacionamento com o próximo, o que é essencial quando o assunto é uma posição de liderança, em que é preciso resolver conflitos, delegar e tomar decisões.

Para lidar com isso, ele indica que o líder explique as decisões que toma. A segurança aos membros da equipe não se conquista falando grosso e duramente, mas demonstrando que estava certo. "É a chamada constatação. Mostrar que, num determinado tempo, a visão que tinha era a mais clara".

Ponto positivo
Algo que os jovens líderes têm a seu favor é a visão de futuro, "o que pode demorar para o maduro perceber". "Hoje, a garotada está em profissões que, antes, não existiam. Eles têm a vanguarda de como será o mundo", afirmou.

Com a abundância de informação, Carminhato acredita que os jovens líderes devem se tornar cada vez mais comuns. "Se, há dez anos, você demorava dez anos para assimilar uma informação, hoje esse tempo já é de dez dias", afirma.

Fim da Cofins seria mais eficaz do que três programas Bolsa-Família,

Fim da Cofins seria mais eficaz do que três programas Bolsa-Família, diz Ipea

Por: Roberta
05/06/08 - 16h08


O fim da Cofins (Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social) seria mais eficaz na redução da pobreza e da desigualdade social do que a implantação de três programas Bolsa-Família. É o que mostra um estudo realizado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apresentado nesta quinta-feira (5) no Senado.

Segundo o presidente da entidade, Marcio Pochmann, sem a cobrança desse tributo, o país poderia reduzir a pobreza em 10,2%, o que significa retirar dessa situação 6,4 milhões de pessoas. "Precisamos enfrentar a desigualdade social e a pobreza com uma política tributária mais justa, reduzindo o peso dos impostos diretos, como a Cofins, e aumentando a carga tributária sobre os impostos indiretos, como o Imposto de Renda", afirmou.

A idéia apontada no estudo seria a redução, além da Cofins, do IPI (Imposto sobre Produtos industrializados) e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A pesquisa também propõe a elevação de impostos sobre renda e propriedade, como IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o IR (Imposto de Renda).

Mais impostos para os ricos
Segundo a Agência Senado, Pochmann se baseou no estudo para afirmar que, no Brasil, os ricos praticamente não pagam impostos, e por isso, ele acredita que a redução da cobrança beneficiaria as camadas mais pobres, pois reduziria os preços de produtos e serviços, possibilitando que as famílias aumentassem o consumo.

O presidente do Ipea também afirmou que o sistema tributário brasileiro cobra mais da baixa renda pobre do que da alta renda. De acordo com ele, em 1996, uma pessoa que ganhava dois salários mínimos comprometia 28% da sua renda com tributos. Já em 2003, esse índice subiu para 48,9%.

Ao falar do estudo, Pochmann disse que, no Brasil, há muitas possibilidades para se combater a pobreza, mas não é tradição olhar o sistema tributário como uma delas. Para ele, a tributação não pode ser vista somente como um elemento de arrecadação, mas deve ser analisada sob o ponto de vista da justiça tributária.

Vendas de máquinas agrícolas crescem 47,8% em maio


Publicado em 05.06.2008, às 15h14

As vendas de máquinas agrícolas somaram 4,7 mil unidades em maio de 2008, com crescimento de 4% em relação a abril e alta de 47 8% ante ao mesmo mês de 2007. Os números foram divulgados hoje pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No acumulado dos primeiros cinco meses de 2008, as vendas internas de máquinas agrícolas foram de 20,3 mil unidades com expansão de 52,8% em relação ao mesmo intervalo de 2007.

As vendas do segmento foram o principal destaque no período. O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, atribuiu o bom desempenho do setor à boa safra que se encerra, cuja produção deve ficar em 142 milhões de toneladas, e ao início do novo ano agrícola, que deve ter uma safra similar ou até maior da atual, que se encerra em julho.

Fonte: Agência Estado