quinta-feira, 27 de novembro de 2008

'Sonho de todo banco é emprestar para a Petrobras'

Petrobras', afirma Dilma

Em feira agrícola no Rio, ministra é apresentada como candidata em 2010.'
Não tem problema nenhum', disse, sobre empréstimo da CEF à Petrobras.

Aluizio Freire Do G1, no Rio


Apresentada pelo governador Sérgio Cabral (PMDB) como candidata a presidente da República, a ministra Dilma Rousseff afirmou nesta quinta em uma feira agrícola no Rio que não vê problemas no empréstimo de R$ 2 bilhões que a Petrobras contraiu na Caixa Econômica Federal.

"A Petrobras não está descapitalizada. Ela tinha um problema imediato de caixa para pagar imposto, e só", declarou a ministra, para quem "o sonho de todo o banco é emprestar para a Petrobras". "Ela [a Petrobras] tinha que pagar uma quantia 'xis' e fez o empréstimo. Pagando o empréstimo, não tem mistério. Ela continua capitalizada. A Petrobras fez [o empréstimo] com a Caixa. Não tem problema nenhum. Não estou preocupada com isso."
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A ministra deu as declarações depois de participar, ao lado de Cabral, da 5ª Feira Nacional de Agricultura Familiar Brasil Rural Contemporâneo, na Marina da Glória, na zona sul. "Essa aqui é a ministra Dilma, nossa presidenta de 2010", dizia Cabral, ao apresentar a ministra aos expositores de diferentes estados que participavam da feira. Indagada se estava testando a popularidade de uma eventual candidatura a presidente, Dilma evitou responder diretamente.
"Estou cumprindo as minhas funções como ministra da Casa Civil. Assim como faço reuniões com empresários, eu faço com movimentos sociais. Assim como participei de um congresso há pouco de exploração sexual, eu visito a feira de agricultura familiar. Até porque é uma questão absolutamente estratégica do governo do presidente Lula. Não é nenhuma questão periférica", declarou.

Parceria móvel Nokia une-se à Siemens

Parceria móvel Nokia une-se à Siemens e passa a oferecer, além de celulares, produtos e serviços de telefonia fixa e internet.

É a busca pelo bilionário mercado da “convergência”Por darcio oliveira e júlio wiziack, de Cingapura

Durante anos, a Nokia se gabou de crescer sozinha. Fusões e aquisições nunca fizeram parte do manual da empresa finlandesa, líder absoluta na venda de telefones celulares no planeta. Mas, no último dia 19, a Nokia se rendeu aos fatos: o mundo da telefonia cresce numa velocidade impressionante, os aparelhos estão virando commodities e quem não investir maciçamente em infra-estrutura, oferecendo um conjunto mais amplo de equipamentos e serviços de telecomunicação, perderá o bonde. E o bonde que passou mais rápido, no caso da Nokia, foi a alemã Siemens. As duas gigantes acabam de unir suas divisões de equipamentos de rede na recém-criada Nokia Siemens Network. A operação, que não envolverá troca de dinheiro, criará uma empresa com vendas anuais de 15,8 bilhões de euros. O controle será compartilhado pelas duas companhias, mas a sede será em Helsinque, quartel-general da Nokia, e o principal executivo também vem dos quadros finlandeses: Simon Bresford-Wylie. As parceiras prevêem ainda uma economia de US$ 2 bilhões, por conta das “sinergias” – inclua nessa sinergia a demissão de 9 mil funcionários. De qualquer forma, o mercado recebeu bem a notícia. Na terça-feira 20, as ações da Nokia subiram 0,6% e as da Siemens, 6,7%.


Wylie, presidente: “Com a fusão, as fronteiras na telefonia vão desaparecer”

Para os alemães, o acordo pode resolver de uma vez por todas o problema gerado com a deficitária Com Division – o braço responsável pelos negócios com telecomunicações. Não é de hoje que a Siemens tenta (e não consegue) recuperar a rentabilidade nessa área. A primeira baixa se deu em meados de 2005, quando a empresa abandonou a fabricação de celulares e repassou a atividade à taiwanesa BenQ. Na época, esse segmento era responsável por dívidas de 500 milhões de euros para a Siemens. Agora, além da fusão com a Nokia, a alemã também anunciou que pretende se desfazer da divisão comercial na área de telecom. Com isso, enterra de vez a Com Division e passa a se concentrar em setores que puxam para cima seus lucros: petróleo e energia.

Alívio do lado alemão, grandes perspectivas da parte finlandesa. “A Nokia deu um grande passo. Se eladada ao fracasso comercial”, decreta Richard Windsor, analista da Nomura International. Isso porque está em curso uma nova tendência mundial chamada “convergência”. Significa que, a partir de agora, os consumidores passarão a utilizar um único aparelho (seu telefone celular, por exemplo) para fazer e receber chamadas de linhas fixas e móveis. Para que isso aconteça, é preciso que as redes fixas e móveis estejam interligadas. “E estamos falando de algo muito maior do que simplesmente dizer ‘alô’ de um lado da linha e ‘quem fala’, do outro”, afirmou à
DINHEIRO Soren Peterson, vice-presidente mundial de novos negócios da Nokia, durante evento da empresa em Cingapura na semana passada. A convergência a que se refere Peterson prevê uma integração das plataformas de telecomunicações para que sejam prestados serviços de terceira geração como, por exemplo, transmissão de programas de rádio e televisão para celulares, além da interligação das redes corporativas de e-mail via celular (será possível baixar os e-mails da empresa no seu telefone). Tais serviços já vinham sendo testados em separado pela Nokia, mas com a fusão, a convergência será muito mais rápida.

As operações de rede da Siemens englobam equipamentos de linha fixa e sem fio.

Compartilhando esse “arsenal” com a Nokia, que sempre deu ênfase aos celulares, a Siemens também abre à sua parceira a porta de entrada para o crescente mercado de acesso à Internet banda larga. E ainda deixa a Nokia em posição de vender equipamentos que funcionam com redes fixas e sem fio num momento em que muitas operadoras telefônicas querem juntar suas redes. “As fronteiras estão desaparecendo na Nokia”, comemorou Wylie, o presidente da Nokia Siemens Network. Mas não é só no seu quintal, Wylie. Recentemente, a francesa Alcatel adquiriu a americana Lucent, formando um dos maiores grupos em infra-estrutura de telecomunicações, com receitas de US$ 21, 6 bilhões. E, na seqüência, a Ericsson comprou a americana Marconi, aumentando suas vendas para US$ 20,4 bilhões. “O próximo casamento deverá ser entre Nortel e Motorola”, aposta Eduardo Kiebel, analista da Frost&Sullivan. Quem ganha com essa consolidação, segundo Kiebel, é o consumidor. “Ele quer mobilidade e baixo custo e as fabricantes só poderão oferecer isso se unirem forças.”

No Brasil, a Nokia Siemens Network disputará a liderança de mercado com a sueca Ericsson, dona de um faturamento de R$ 1,7 bilhão. Mas por enquanto, segundo Aluizio Byrro, vice-presidente da área de telecomunicações da Siemens do Brasil, nada muda no dia-a-dia da filial. O processo de fusão será concluído no final deste ano e até lá as empresas continuarão operando separadamente. Na subsidiária da Nokia, os executivos preferiram o silêncio. O que se sabe é que os países da América Latina serão os grandes alvos das operadoras de celular – e, por tabela, de quem fornece serviços e equipamentos para elas. “Hoje, a penetração média de celulares na América Latina é de 47%. Em dois anos, deve chegar a 60%”, diz Walder Nogueira, analista-chefe de telecomunicações do Santander. “Quem tiver escala o suficiente para negociar com fornecedores e operadoras ficará bem posicionado.” (Colaboraram: Rosenildo G. Ferreira e Línham Cunha

LG NOVOS RUMOS

O tsunami LGA empresa coreana reinventou todos os setores em que atua. Agora, vai fabricar notebooks no Brasil e provocar uma virada no mercado de computadoresPor joaquim castanheira

Assim, em saltos de proporções olímpicas, tem sido o crescimento da companhia no Brasil. Há apenas dez anos, a LG iniciava a construção de suas duas fábricas no Brasil – uma em Manaus, outra em Taubaté (SP). Desde então, a marca invadiu diversos mercados no Brasil e provocou em cada um deles o efeito de um tsunami. Com produtos inovadores e de alta tecnologia, a LG mudou o perfil do consumo e passou a brigar pela liderança em praticamente todas as suas áreas de atuação. Seu faturamento acompanhou o ritmo. Em 2004, as receitas bateram em US$ 800 milhões. Pularam para US$ 1,3 bilhão no ano passado e deverão chegar a US$ 2 bilhões no final de 2006. “O Brasil era um mercado fechado e, por isso, ansioso por novidades”, afirma Chang Bum Byun, vice-presidente de marketing e vendas da LG. “Nós atendemos a esse desejo e nos antecipamos à concorrência. Mas não caímos na tentação de oferecer produtos de baixo valor agregado. Nisso os chineses são imbatíveis.”

Fiel a esse mandamento, a LG fincou sua bandeira em um mercado depois do outro: tevês, aparelhos de DVD, equipamentos de som, celulares, condicionadores de ar, monitores de vídeo, etc. E não será diferente com a nova frente que os coreanos estão abrindo: a produção local de notebooks. A partir de julho, a fábrica de Taubaté passará a despejar no mercado cerca de três mil unidades de três diferentes modelos de computadores portáteis. Em 2007, a produção mensal aumentará para cinco mil unidades. A fabricação local permitirá um abatimento de 40% nos preços, em relação aos importados. Mesmo assim, a LG trabalhará na faixa mais alta desse mercado, com produtos na faixa de R$ 4 mil a R$ 10 mil. No final de 2007, seu faturamento nesse mercado poderá atingir R$ 300 milhões.

R$ 300 milhões é o potencial de faturamento da companhia no mercado de notebooks em 2007, quando fabricará sete mil unidades

Com essa decisão, a LG entra de vez no mais promissor naco do mercado de computadores. As vendas de notebooks representam 6% do total de computadores adquiridos no Brasil. Segundo um estudo da Intel, em 2005 foram comercializadas 300 mil máquinas, crescimento de 47% em relação ao ano anterior. Para 2006, espera-se um volume duas vezes maior. Em 2010, o volume de vendas chegará a 2 milhões de unidades. “Os notebooks são a menina-dos-olhos da indústria de computadores”, diz Reinaldo Sakis, analista da IDC. Nos últimos tempos, os preços dos desktops caíram fortemente, e os portáteis mantiveram margens mais atraentes.” Além disso, avalia Sakis, esses produtos estão menos sensíveis à ação do chamado ‘mercado cinza’. Para os próximos anos, com a entrada de novos fabricantes, haverá uma nova onda de redução nos preços. “Houve casos de queda de 40% nos valores praticados no varejo. É possível encontrar notebooks por R$ 2,5 mil”, diz Sakis. Segundo a LG, isso não assusta. “Há grande espaço de crescimento”, diz Cesar, como Chang é chamado no Brasil – os coreanos têm o hábito de adotar nomes locais ao desembarcar em outro país.

Antes de se arriscar nesse mercado, a LG utilizou a mesma receita que até hoje garantiu a multiplicação de receitas em seus 10 anos de Brasil. Primeiro, reduziu o período entre o lançamento de produtos na Coréia e o desembarque no Brasil. Era de até dois anos e hoje não passa de seis meses. A seguir, traz um lote do produto e o distribui nos pontos-de-venda pelo preço que teriam se fossem fabricados aqui. “Trabalhamos com margem negativa nesses casos”, diz Cesar. Para evitar perdas maiores, o período máximo de testes não supera três meses.

“Depois disso, já temos elementos suficientes para decidir se produzimos ou não”, diz Cesar. Os itens escolhidos são necessariamente novidades no mercado brasileiro: lavadoras e secadoras de roupa em um único aparelho, fornos portáteis com dupla função (elétricos e microondas), equipamentos de ar-condicionado com a tela frontal na forma de um quadro, miniadegas climatizadas com compartimentos para temperaturas diferentes, entre outras. “Com isso, nós criamos ou reinventamos um mercado”, diz Cesar. O segredo está em definir o passo seguinte assim que a concorrência começar a copiar a novidade. O caso das tevês de plasma é exemplar. A LG foi a primeira fabricante do produto no Brasil. Chegou a deter mais de 70% das vendas. Hoje, sua fatia caiu para 55%, mas a empresa se antecipou novamente. Enquanto os concorrentes se concentraram nas telas de 42 polegadas, os coreanos lançaram os tamanhos de 50 e 71 polegadas. “Nesse nicho temos 80% das vendas”, revela Cesar.

Essa política permite que 40% das receitas da LG venham de produtos lançados nos últimos dois anos e colocou a filial brasileira numa posição privilegiada entre as subsidiárias do grupo – do 73º lugar em 2003 saltou para a quarta posição, atrás da própria Coréia, EUA e China. Tal desempenho motivou o presidente mundial da companhia, Ssang-Su Kim, a desembarcar por aqui em sua primeira visita oficial ao Brasil (leia entrevista exclusiva ao lado). Na próxima semana, ele participará do lançamento de dois novos modelos de celulares da linha Black Label, cujo principal atrativo é o design arrojado e elegante. Nos cinco dias seguintes, ele visitará clientes, conhecerá as fábricas e se reunirá com executivos da companhia. Certamente em sua pauta estará um assunto recorrente entre os fabricantes de eletroeletrônicos: a tecnologia para a TV digital a ser adotada pelo Brasil. A escolha do padrão japonês parece decidida. E não é o que mais agrada à LG, publicamente adepta do modelo americano. “O investimento na adaptação de produtos e sistemas será maior do que se prevalecesse o padrão americano”, diz Cesar. Os fabricantes japoneses levam vantagem já que dominam a tecnologia que será adotada. “Será uma corrida contra o tempo”, afirma Cesar. “Uma situação à qual já estamos habituados.”

INDUSTRIA NAVAL


Uma indústria que renasce

O setor naval já morreu e reviveu várias vezes. Agora, uma encomenda bilionária da Transpetro abre mais uma tentativaPor elaine cotta

O primeiro estaleiro brasileiro foi o Ribeira das Naus, instalado no final do século XVI, na Bahia. O pontapé inicial, dado pelos portugueses, se espalhou e, em 1666, o Rio de Janeiro já possuía uma fábrica de fragatas. Desde então a indústria naval nacional viveu altos e baixos. Nasceu e morreu diversas vezes.


O último ressurgimento foi na terça-feira 20, quando o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, oficializou a compra de US$ 1,27 bilhão em 16 navios-petroleiros. “Era o impulso que faltava para o Brasil voltar a ter uma indústria competitiva”, disse Ariovaldo Rocha, do sindicato da construção naval. O setor, que empregou 40 mil pessoas em 1979, terminou os anos 90 com menos de mil funcionários. “A intenção é resgatar a indústria brasileira para que ela tenha condições até de atuar no mercado internacional”, disse Machado à DINHEIRO.

A Transpetro vai comprar 42 novos navios, todos com pelo menos 65% de conteúdo nacional. Já definiu quem construirá 16 deles.

Quando Machado lançou a idéia de comprar os navios no País, no início de 2003, ele foi alvo de intenso bombardeio. Dizia-se que a indústria naval brasileira estava sucateada – o que era verdade – e que os preços tenderiam a ser muito mais caros. Ou seja: seria um subsídio distribuído pelo Tesouro a empresários ineficientes. Abertos os envelopes, a segunda premissa se confirmou em parte. Os valores dos navios eram de fato mais caros, mas a Transpetro não homologou as propostas. “Chamamos os consórcios para uma nova negociação e reduzimos os preços em 16%”, comemora Machado. A queda-de-braço, no entanto, continua com o principal consórcio, o Atlântico Sul, formado por grandes construtoras brasileiras e as estrangeiras Aker Promar e Samsung. “Ainda não atingimos um preço justo, mas vamos chegar lá”, diz Machado. Na conta final, as encomendas nacionais custarão, em média, 2% a mais, o que é pouco. Na prática, o caso Transpetro poderá se provar um dos raros exemplos de política industrial bem-sucedida no País.


Feitos no Brasil, os navios ficarão prontos em 24 meses. Além disso, serão gerados 15 mil empregos diretos e indiretos. “Desde 1984 o Brasil não construía navios desse porte”, lembra Raul Sansam, da Federação das Indústrias do Rio. Atualmente são fabricados no mundo 1.430 navios por ano. Mas a carteira de encomendas supera os 5,2 mil. Ou seja: há longas filas de espera. Foi pensando nesse mercado global que a MPE (Montagem e Projeto Industrial), do empresário Renato Abreu, decidiu entrar na disputa. O consórcio Rio Naval, formado também pelas empresas Iesa, Sermetal e a coreana Hyundai, liderado por Abreu, abocanhou um contrato de US$ 866 milhões para construir, ao todo, nove navios. “Nossa pretensão é desenvolver tecnologia para construir e exportar ”, diz Abreu. “Isso não será um vôo de galinha”, completa Franco Papini, superintendente da Onip (Organização da Indústria de Petróleo).
“Desta vez temos uma política industrial para o setor.” É o que parece.

BNDES >>> NOVO LIDER

BNDES estende a mão

O novo presidente do banco busca clientes de forma agressiva, com ênfase na infra-estrutura Por octavio costa

Um dos símbolos da Era Vargas, o BNDES completou 54 anos na terça-feira passada, com direito a coquetel no fim do expediente. À frente das comemorações, estava o economista Demian Fiocca, por coincidência o presidente mais jovem da história do banco. Ao discursar para os funcionários, Fiocca deixou claro que o desafio de hoje é tornar a cinqüentenária instituição mais ágil e dinâmica. Fiocca foi direto ao ponto:

“Devemos reconhecer que algumas vezes o BNDES é percebido como burocrático ou lento. É uma visão muitas vezes injusta. Mas nossa ação de fato pode ser melhorada.” Parece um conflito entre o novo e o velho, e é mesmo. O BNDES, a exemplo de outras crias dos anos 50, é corporativo e tem uma cultura operacional arraigada. Apesar dos orçamentos bilionários (o do corrente ano é de R$ 60 bilhões), preferiu sempre aguardar que os empresários batessem à sua porta do que ir atrás deles. A tradição sempre falou mais alto no interior da portentosa sede da Avenida Chile, no Centro do Rio. Demian Fiocca reconhece o rigor técnico e a vasta experiência em análise de projetos do banco, mas quer dar um passo adiante. É hora, prega ele, de “assumir uma postura empreendedora” e “fazer operações que não se realizariam pela mera inércia”.

Aos poucos, as idéias de Fiocca se impõem. E a inércia do BNDES vai sendo quebrada. Um bom exemplo pode ser visto na área de infra-estrutura. O BNDES quer arquivar, definitivamente, o mito de que o Brasil não tem vocação para transporte ferroviário. Os investimentos nos concessionários de ferrovias subiram de um nível de R$ 700 milhões em 2000 e 2001 para R$ 3,4 bilhões em 2005. Os desembolsos do BNDES no setor saltaram de menos de R$ 200 milhões em 2001 para algo próximo de R$ 1,2 bilhão em 2006. O pessoal empregado nas ferrovias cresceu de 19 mil para 28 mil, entre 2002 e 2005, enquanto a frota de locomotivas aumentou 26,3% nesses três anos. “Isso é resultado de nossa postura. Temos de ter criatividade. E agir com personalidade”, diz Fiocca. Além dos empréstimos para os concessionários e da recuperação de créditos, o BNDES chegou a financiar até a aquisição de vagões para locação. Como resultado, a produção de 7.500 vagões em 2005 foi 25 vezes maior do que a de 2002.

O presidente do BNDES, que se diz “um otimista” acima de tudo, garante que a maior instituição de fomento industrial do País tem identificado, de maneira geral, um sentimento favorável a novos investimentos. “Há muitos empresários planejando investimentos de grande porte, o que não acontecia há 20 anos.” Fiocca cita a siderurgia e a mineração entre os setores que planejam alto nível de investimentos para se adaptar às previsões de crescimento da demanda. E traz na ponta da língua um empreendimento já aprovado no setor de papel e celulose. O grupo Suzano/Bahiasul, graças a investimentos de R$ 4 bilhões, está construindo uma nova planta industrial na Bahia, que vai gerar 8 mil empregos e exportar US$ 500 milhões. O BNDES entra com R$ 2,4 bilhões. “Os setores de insumos básicos estão ressurgindo como não se via desde a década de 70”, comemora. Um dos motivos da confiança empresarial é, sem dúvida, o aumento das linhas de crédito à exportação. Só para este ano, o BNDES prevê um desembolso de R$ 5,8 bilhões no financiamento às exportações. Outra prioridade é o investimento em pesquisa.
Na semana passada, foi lançado o Funtec, um fundo voltado especificamente para a inovação tecnológica, com recursos de R$ 153 milhões. Trata-se de financiamentos a fundo perdido em três setores preferenciais: energia renovável de biomassa, principalmente etanol; software e soluções tecnológicas para agropecuária; e medicamentos. Os recursos serão liberados por meio de instituição sem fins lucrativos. Aposta-se também na reestruturação da área de mercado de capitais, esvaziada no governo Fernando Henrique. Acontece que para algumas empresas de pequeno e médio porte a injeção de capital pode ser mais conveniente do que a operação de crédito. E o BNDES também sai ganhando, já que, apesar do risco, o retorno da carteira de renda variável do BNDESPar é bastante superior ao da carteira de crédito. Planos, portanto, não faltam à atual administração. E todos estão saindo da gaveta. Isso permite a Fiocca fazer uma afirmação audaciosa: “A infra-estrutura está com o encaminhamento endereçado.” Ele confia, é lógico, na nova postura do BNDES. Menos passiva e mais ativa. Na expressão favorita de Fiocca, pro-ativa.
Quem é Demian Fiocca
Paulistano, 37 anos, Demian Fiocca é mestre em Ciências Econômicas pela USP. Dirigiu a área de pesquisa econômica da Telefônica e foi economista-chefe do HSBC. Incorporou-se ao governo em 2003, como secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento. Em 2004 assumiu a vice-presidência do BNDES, acumulando a função com a de diretor das áreas de Infra-Estrutura e Insumos Básicos. Foi alçado à presidência em março, em lugar de Guido Mantega. É casado, sem filhos, com uma historiadora. Mora de frente para a Praia do Leme. Metódico, chega ao banco pontualmente às 9 horas e é sempre o último a sair.

Mais um bilionário no etanol

MOEDA FORTE
POR LEONARDO ATTUCH




Primeiro foi Bill Gates, da Microsoft, e depois Richard Branson, da Virgin, que anunciaram ter interesse em investir em usinas de álcool de açúcar.

Mas quem já começou a tomar providências concretas no setor, sem fazer qualquer alarde, é o megainvestidor George Soros . Discret amente, ele mandou emissários buscarem oportunidades no Brasil.

As aquisições serão feitas através da Adeco, uma empresa agropecuária argentina da qual Soros é um dos principais acionistas

Fusões nos bancos de elite

Pequenos gestores de fortunas dão lugar a gigantes globais.
Por quê?

Por alexandre teixeira

Esqueça a imagem do pequeno banco suíço, dedicado a administrar o patrimônio de meia dúzia de milionários. O mundo do private banking começa a ser dominado por grupos multinacionais que não respeitam fronteiras e demonstram incrível apetite para a compra de concorrentes. É esta a principal conclusão da pesquisa global sobre fusões e aquisições de empresas de gestão de fortunas que a KPMG divulgou na quarta-feira 21. De um universo de 147 bancos consultados, nada menos que 89% se dizem à procura de uma empresa para comprar ou consideram a hipótese de adquirir uma outra companhia se a oportunidade surgir. E 22% esperam gastar mais de US$ 1 bilhão em aquisições nos próximos três anos. O estudo revela um pequeno boom nas fusões e aquisições do setor: 258 acordos foram fechados no ano passado, contra 142 em 2004.

“O que se busca é ganho de escala”, explica David Bunce, presidente da KPMG. É o que motiva a aglutinação dos pequenos bancos e o surgimento dos primeiros players globais. Dois bons exemplos são Credit Suisse e UBS, dois grandes bancos suíços que operam com wealth management desde seus primórdios, mas nos últimos anos absorveram várias empresas do ramo, tanto em seu país como no exterior. Os exemplos valem para o Brasil, onde o Credit comprou o Garantia em 1998 e o UBS acaba de adquirir o Pactual. Este movimento, segundo Bunce, reflete a mudança do conceito de gestão de fortunas. Não é mais o milionário brasileiro que procura um banco na Suíça. O banco suíço é que vem atrás dele.

A ordem é buscar mercado. Se o foco das multinacionais do ramo está na Ásia, é porque os grandes países do Oriente estão criando mais milionários do que qualquer outra parte do mundo. De acordo com pesquisa divulgada na semana passada pelo banco Merrill Lynch, o número de pessoas que possuem mais de US$ 1 milhão em ativos financeiros cresceu impressionantes 21,3% na Coréia do Sul e 19,3% na Índia no ano passado. Hoje, o clube mundial dos muito ricos tem 8,7 milhões de sócios, com fortuna de US$ 33,3 trilhões. Segundo o Merrill Lynch, 109 mil deles são brasileiros. O suficiente para colocar o País no radar dos banqueiros. No estudo sobre wealth management, a KPMG perguntou a 147 deles quais as regiões globais mais importantes para novos investimentos. Oito responderam seco: Brasil.

Debêntures marcadas a ferro

Títulos da Vale valorizam-se com alta do preço do minério e entrada de minas em produçãoPor alexandre teixeira

Há um papel diferente no mercado, que começa a chamar a atenção de investidores antenados: debêntures da Vale do Rio Doce. Cada unidade custava pouco mais de dois centavos há dois anos.

Hoje, vale R$ 1,80. Vistos assim, os valores parecem irrisórios. Mas há 388,5 milhões de títulos em circulação, e os volumes negociados são consideráveis. Em 2004, um milhão de debêntures da mineradora custava R$ 200 mil. Hoje, vale R$ 1,8 milhão. “É um papel único”, elogia o corretor Roberto Caliani, da SLW, que foi agente fiduciário da emissão, ou seja, representante dos debenturistas perante a Vale. “Ele tem as características de uma ação, mas remunera o investidor pela receita e não pelo lucro da companhia.”

A Vale está obrigada a entregar aos debenturistas um percentual das receitas que obtém nos projetos que iniciou depois da privatização. Com a entrada em atividade, em julho de 2004, da mina de Sossego, no Pará, os pagamentos tornaram-se consistentes. Para Caliani, isso explica a alta dos papéis. Mas há um fator adicional. “Para mim, a valorização foi muito mais pela alta dos preços das commodities”, avalia Luís Guilherme Fonseca, do Banco Fator. “Como esse movimento está arrefecendo, não acredito que esse preço de R$ 1,80 se sustente”, prevê. Segundo o especialista, as debêntures da Vale ainda trarão oportunidades de lucro para quem souber antecipar movimentos nos mercados de cobre, ferro ou ouro. “Mas isso é coisa para profissional”, adverte. “Se não é o seu caso, prefira ações.”

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Aprovada MP que dá mais poderes ao Banco do Brasil e a Caixa Econômica

Quarta-feira, 12/11/2008

A MP 443, que autoriza o Banco do Brasil e a Caixa
a comprar instituições financeiras, foi aprovada na Câmara dos Deputados.
O governo conseguiu também aprovar emendas criticadas pela oposição.

link p video JORNAL NACIONAL

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM910441-7823-APROVADA+MP+QUE+DA+MAIS+PODERES+AO+BANCO+DO+BRASIL+E+A+CAIXA+ECONOMICA,00.html

Brasil tem cinco bancos na lista dos 20 com maior lucro dos EUA e da AL

Ranking é da Economatica, com base em dados do 3º trimestre.
Bradesco é o terceiro banco da lista, com lucro de US$ 997,9 milhões.


O Brasil tem cinco bancos no ranking das 20 instituições financeiras de capital aberto com maior lucratividade dos Estados Unidos e da América Latina, de acordo com estudo da consultoria Economatica, divulgada nesta segunda-feira (17). O ranking foi elaborado com base em dados do terceiro trimestre de 2008. No mesmo período de 2007, o país contava com quatro bancos na lista.

O Bradesco foi o banco brasileiro com maior lucratividade, ocupando a terceira posição na lista geral. A instituição registrou lucro de US$ 997,9 milhões, 1,4% superior ao resultado de 2007. Já o Santander Brasil é o banco que apresenta o maior crescimento da lucratividade no terceiro trimestre de 2008, comparado com o mesmo período de 2007.

Os outros brasileiros a entrar na lista são o Banco do Brasil, em quarto lugar, com lucro de US$ 975,3 milhões; o Itaú, em quinto, com US$ 965,2 milhões; o Unibanco, em décimo, com US$ 367,5 milhões; e o Santander, em 16º, com US$ 259,5 milhões.

Ranking de Lucratividade dos bancos de capital aberto dos EUA e da AL
Ranking Banco País Lucro (em US$ milhões)
1 Wells Fargo EUA 1.637,0
2 BankAmerica EUA 1.177,0
3 Bradesco Brasil 997,9
4 Banco do Brasil Brasil 975,3
5 Itau Brasil 965,2
6 Goldman Sachs EUA 845,0
7 US Bankcorp EUA 576,2
8 JP Morgan Chase EUA 527,0
9 State Street Corp EUA 477,0
10 Unibanco Brasil 367,5
11 BB&T EUA 358,0
12 Santander Serfin México 324,1
13 SunTrust Banks EUA 312,4
14 Charles Schwab EUA 304,0
15 Bank of NY Mellon EUA 303,0
16 Santander Brasil Brasil 259,5
17 PNC Bank EUA 248,0
18 GFBanorte México 209,1
19 Bsantander Chile 174,7
20 Chile Chile 168,6
Fonte: Economatica

Além dos cinco bancos brasileiros, a lista é formada por dois mexicanos, dois chilenos e onze norte-americanos. O maior lucro do terceiro trimestre de 2008 do setor pertence ao Wells Fargo, dos EUA, com US$ 1,63 bilhões valor 28,3% menor ao de 2007.

Dos nove bancos latinos, apenas o Itaú e o Unibanco têm queda de lucratividade no terceiro trimestre de 2008 na comparação com o período de 2007. A maior queda de lucratividade no terceiro trimestre de 2008 entre os latinos é do Unibanco com redução de 43,6 % com relação a 2007.

No entanto, se considerada a união entre Itaú e Unibanco, a instituição criada da fusão teria o segundo maior lucro da amostra, ficando atrás somente do Wells Fargo. O lucro consolidado dos bancos no terceiro trimestre de 2008 seria de US$ 1,33 bilhões contra US$ 1,97 bilhões no mesmo período de 2007, 32,4% inferior ao terceiro trimestre de 2007.

Já no recorte dos bancos norte-americanos, somente um tem crescimento do lucro de 2008 com relação ao mesmo período de 2007.

Caixa eleva limite de crédito para construção de imóvel

Limite de financiamento subiu de R$ 7 mil para R$ 25 mil.
Já em vigor, nova regra utiliza recursos do FGTS.


A Caixa Econômica Federal (CEF) ampliou o limite de empréstimos direcionados para o financiamento de construção e reforma de imóveis, de R$ 7 mil para R$ 25 mil. O novo limite entrou em vigor na segunda-feira (10), segundo a assessoria de imprensa do banco.


A nova regra para a linha de crédito, conhecida como Construcard/FGTS, utiliza recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

De acordo com a assessoria de imprensa, o aumento do teto foi a única mudança na linha que, por envolver recursos do FGTS, é destinada prioritariamente às famílias de menor renda, limitada a R$ 1,9 mil por mês. As taxas de juros que podem ser cobradas nesses empréstimos variam de 6% a 8,16% ao ano.

Quem possui renda acima de R$ 1,9 mil tem a opção da linha de crédito Construcard/Caixa/SBPE, que usa recursos próprios do banco público e das cadernetas de poupança.

Neste caso, o valor mínimo de empréstimo é de R$ 1 mil e o valor máximo é calculado conforme a capacidade de pagamento do tomador do empréstimo. As taxas de juros, nesse caso, podem chegar a 13,5% ao ano.

Servidor público terá juros menores para comprar imóvel

Medida foi anunciada nesta segunda-feira pelo governo federal.
Segundo Paulo Bernardo, há uma 'grande demanda' dos servidores.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, assinou nesta segunda-feira (17) convênio com as duas principais instituições financeiras públicas, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, para que seja disponibilizado crédito imobiliário para os servidores públicos com juros mais baixos.

A expectativa inicial é de que 1,3 milhão de pessoas, entre ativos, aposentados e pensionistas, sejam beneficiados pela medida. Pelas regras dos financiamentos, até 100% do imóvel poderá ser financiado, com taxas que variam de 8,4% a 8,9% ao ano, mais TR, para o SFH, ou seja, abaixo dos 11% ao ano, mais TR cobrados dos outros clientes.

As modalidades vão desde imóvel usado, construção até imóvel na planta e o prazo do financiamento pode chegar a até 30 anos. Poderão ser financiados imóveis de até R$ 350 mil e o ITBI, de até R$ 7 mil, também poderá ser incluído no contrato. A Caixa informou ter, de imediato, R$ 4 bilhões para emprestar ao servidor público.

Segundo o ministro Paulo Bernardo, o convênio visa atender a "uma grande demanda" por imóveis que existe no setor público. "Temos possibilidade de fazer disso um grande programa de habitação para o servidor público. É uma forma de fazer com que o crédito, que está em um momento difícil, continue crescendo", disse ele.

Para a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, o momento é de "simbolismo." "Em um momento de crise como esse, no qual se discute a eficiência do estado brasileiro, a discussão também passa pela valorização do servidor público. Eles poderão comprar imóveis com as melhores condições do mercado. Com juros menores e prazo de 30 anos para que o servidor, de fato, venha a ter a melhor casa que ele possa ter", disse.

O presidente do Banco do Brasil, Luiz Francisco de Lima Neto, por sua vez, também ressaltou o "contexto" no qual o convênio está sendo firmado, ou seja, em um momento de crise financeira. "O governo, com os bancos públicos, tem tomado um conjunto de medidas para amortecer os efeitos dessa crise", disse.

O BB e Caixa entram colocando financiamento para casa própria para os servidores. Isso demonstra força de vontade e interesse dos bancos em manter o bom momento da economia, além de um compromisso do governo federal e zelo que tem tido neste momento de contrapor os efeitos maléficos dessa crise", afirmou Neto.

BB e Caixa terão R$ 8 bi para financiar imóveis de servidores

BB e Caixa terão R$ 8 bi para financiar imóveis de servidores



BRASÍLIA - O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal anunciaram crédito de R$ 8 bilhões para o financiamento da casa própria de até 1,3 milhão de servidores públicos federais, ativos e inativos. O crédito terá taxas pós-fixadas entre 8,40% e 11,5% ao ano, com financiamento integral do imóvel de até R$ 350 mil por um prazo de 30 anos, incluindo o imposto de transferência, em caso de imóvel usado.


O anúncio foi feito hoje no Ministério do Planejamento, cujo ministro, Paulo Bernardo, enfatizou ser mais uma medida para impulsionar o escoamento do crédito nesse momento de crise de liquidez internacional. "É uma forma de fazer com que o crédito continue crescendo, nesse momento difícil " , ele afirmou.


A ênfase de remar contra a crise de crédito foi seguida pela presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho e pelo presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto. "Os bancos públicos estão agindo para minimizar os efeitos maléficos" da crise, disse o presidente do BB. "A valorização do servidor público é importante num momento de crise como esse", disse Maria Fernanda.


A presidente da Caixa informou que a instituição tem R$ 4 bilhões para o programa, "nas melhores condições do mercado". Em rápido discurso, Lima Neto não informou o valor da linha, driblou a imprensa e saiu sem dar entrevista para não falar sobre a compra do banco paulista Nossa Caixa.


Mas o ministro Paulo Bernardo disse ao fim da solenidade que o BB também terá R$ 4 bilhões para o convênio com o servidor público, que prevê o desconto em folha das mensalidades do financiamento, que terá como funding os recursos da caderneta de poupança.


O convênio permite a aquisição de imóveis novos ou usados, além de condições diferenciadas em crédito para reforma. Na linha destinada à aquisição de material de construção da caixa, o servidor federal terá até 60 meses para pagar.


Maria Fernanda Coelho também informou que a Caixa terá R$ 10 bilhões em 2009 para o crédito consignado, cerca de 25% superior ao valor da carteira neste ano, "com a manutenção" das taxas cobradas atualmente. Os juros variam entre 1,49% e 2,35% ao mês para trabalhadores do setor privado, e de 0,9% a 2,35% para aposentados e servidores federais da ativa.


(Azelma Rodrigues | Valor Online)

Produção de petróleo no Brasil é recorde em agosto, diz Petrobras

Produção de petróleo no Brasil é recorde em agosto, diz Petrobras

Crescimento em agosto foi de 4,3% sobre mesmo mês de 2007.
Recorde anterior, segundo a empresa, foi registrado em junho último.


A Petrobras divulgou comunicado nesta terça-feira (16) informando que a produção de petróleo nos campos da empresa no Brasil bateu o recorde mensal em agosto. A produção de 1,885 milhão de barris ao dia registrou um aumento de 4,3% no volume de agosto de 2007 e de 1% sobre o mês anteiror. Segundo a nota, a quantidade supera também em 18 mil barris por dia o recorde registrado em junho deste ano.

A produção média total de petróleo e gás natural da Petrobras, levando-se em conta o Brasil e o exterior, chegou a 2,442 milhões de barris de óleo equivalente, com alta de 0,9% sobre julho e de 5,3% sobre igual mês do ano passado. Levando-se em conta apenas o gás natural, a produção de 52,7 milhões de metros cúbicos representou alta de 22,5% sobre agosto de 2007 e de 0,9% sobre julho de 2008.

Perguntas e respostas sobre a produção de petróleo do Brasil Analistas ouvidos pelo G1 explicam as consequências das novas descobertas da Petrobras.

Os analistas Roberto Schaeffer, do Programa de Planejamento Energético da Coppe (UFRJ), e Jayme Alves, da Spinelli Corretora, respondem sobre as conseqüências das recentes descobertas da Petrobras.

Com o início da produção nas novas reservas descobertas dos campos de Júpiter, Tupi e Pão de Açúcar, pode haver uma queda nos preços da gasolina no mercado interno brasileiro?
Para o analista da Spinelli Corretora Jayme Alves, "queda de preço é praticamente impossível". O professor Roberto Schaeffer, do programa de planejamento energético da Coppe (UFRJ), também tem a mesma opinião que Alves. Ele avalia que "não vai ter impacto nenhum no mercado".


Por que uma maior capacidade produtiva de petróleo nacional decorrente da descoberta dos novos campos de exploração não diminui os preços da gasolina?
Segundo o professor Roberto Schaeffer, da Coppe, o preço da gasolina não faz relação atualmente com escassez de petróleo no mercado. "Para o mundo, não faz diferença nenhuma", disse. Ele atribui isso a uma quantidade menor do que a das reservas atuais da Arábia Saudita, por exemplo, com 200 bilhões de barris de petróleo.
Outro motivo para o preço da gasolina no Brasil não estar condicionado ao preço do petróleo no mercado é a elevação do preço decorrente do pagamento de impostos para produção e distribuição do combustível, lembrou o professor da Coppe. "O preço que a gente paga na 'bomba' tem pouca relação com preço do petróleo", disse. Ele estimou que há mais de 50% de custo de impostos embutido no preço da gasolina no Brasil.

A divulgação extra-oficial do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, de um novo campo de petróleo com capacidade de produzir 33 bilhões de barris vai sustentar uma alta nos preços negociados das ações da Petrobras?
O analista de investimentos da corretora de valores mobiliários Spinelli, Jayme Alves, avalia que, mesmo com a dúvida de quando vão ser divulgadas informações oficiais sobre o campo, a notícia gerada pela declaração deve sustentar o preço das ações em um patamar elevado.

As novas descobertas podem diminuir os preços do petróleo no mercado internacional?

Para o analista de investimentos Jayme Alves, da Spinelli Corretora, o possível aumento da oferta de petróleo brasileiro, não vai levar a uma queda dos valores negociados do óleo no mercado internacional. "A única possibilidade de recuo seria um desaquecimento mais forte que resultasse numa diminuição da demanda por combustíveis dos EUA, mas como isso não é esperado pelo mercado, os preços devem continuar nesse patamar de US$ 100", disse. Já o professor Schaeffer, da Coppe, diz que a alta dos preços se deve a um posicionamento "deliberado" da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), cartel dos países que mais produzem petróleo. "Os países da Opep estão deliberadamente fechando a torneira para manter o preço alto", argumentou. "Achar petróleo não resolve o problema", acrescentou.

Quais são as reservas atuais de barris de petróleo do Brasil?
As atuais reservas provadas brasileiras são de 14 bilhões de barris, segundo a Petrobras. Desde sua criação, a empresa descobriu 25 bilhões de barris de petróleo e gás natural em território brasileiro, dos quais já foram extraídos 11 bilhões de barris. "Reserva" deve ser entendida como a fração de petróleo encontrado que possui capacidade técnica e econômica de ser refinado.

Quando o petróleo produzido nos novos campos (Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar) será vendido no mercado como gasolina?
O professor Roberto Schaeffer, da Coppe, avalia que a produção estará em operação daqui a cinco ou sete anos.

Qual é a capacidade de produção dos novos campos de petróleo descobertos pela Petrobras?
A descoberta de Tupi, anunciada em novembro de 2007, pode aumentar em mais de 50% as atuais reservas de petróleo e gás no Brasil, segundo a Petrobras.

Já os campos de Júpiter e Pão de Açúcar ainda estão tendo a capacidade produtiva avaliados pela Petrobras.

Qual a importância das novas descobertas da Petrobras para o Brasil?

"É bom para a empresa e bom para o Brasil, porque a Petrobras vai passar a exportar mais. Tem um cenário mais promissor pro futuro, e vai exportar a preços internacionais. E pro país é bom também, que fica mais auto-suficiente. Tem a questão dos royalties (taxa que a empresa paga pelo direito da exploração) que vai beneficiar municípios (com direito). Quanto mais produzir petróleo, mais os municípios vão receber. Isso é bom pro desenvolvimento dessas cidades", avalia o analista de investimentos Jayme Alves, da corretora Spinelli.

Petrobras é a 3ª maior companhia aberta de petróleo, diz agência

Maior empresa aberta de hidrocarbonetos do mundo continua sendo ExxonMobil.
Informações são da agência de notícias Dow Jones.



A Petrobras ultrapassou a Royal Dutch Shell em valor de mercado e se tornou a terceira maior companhia aberta de petróleo e gás do mundo, de acordo com executivos da companhia e fornecedores de dados financeiros. A maior empresa aberta de hidrocarbonetos do mundo continua sendo ExxonMobil, seguida pela produtora de gás russa Gazprom, que também tem significativa produção de petróleo.


Quando o mercado fechou na sexta-feira (9), a Petrobras tinha um total de capitalização de mercado de US$ 264 bilhões, segundo informações do departamento de relações com investidores da companhia passadas à agência de notícias Dow Jones. O governo brasileiro possui 58% de participação nas ações com direito de voto da companhia, mas apenas 32% de suas ações totais.


A Exxon atualmente tem capitalização de mercado de US$ 472 bilhões, enquanto Gazprom tem US$ 360 bilhões. Executivos da Shell procurados pela Dow Jones não puderam fornecer dados imediatamente sobre o assunto, mas, de acordo com o site Yahoo! Finance, a atual capitalização de mercado da companhia é de US$ 252 bilhões. A agência Bloomberg também informa US$ 252 bilhões como a capitalização de mercado da Shell.


A Dow Jones não conseguiu contactar a PetroChina, a outra companhia de petróleo que compete pelo quarto lugar no ranking. O valor de mercado da companhia é de US$ 250 bilhões, de acordo com o Yahoo! Finance, ou de US$ 253 bilhões, de acordo com a Bloomberg.


As ações da Petrobras atualmente são negociadas em São Paulo, Nova York, Madri e Buenos Aires.


Os ADRs (recibos de ações negociados nos EUA) da Petrobras na Bolsa de Valores de Nova York subiram 158% nos últimos 12 meses, enquanto na Bolsa de Valores de São Paulo avançaram 108%. O forte desempenho veio juntamente com a alta dos preços do petróleo e uma série de grandes descobertas de reservas no Brasil. As informações são da Dow Jones

Militares simulam 'guerra' por bacia de petróleo

Dez mil militares participam de conflito fictício na 'Operação Atlântico'.
Objetivo é treinar defesa de reservas e de infra-estrutura de gás.

Cerca de 10 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica iniciam nesta sexta-feira (12) a Operação Atlântico, um treinamento com simulação de guerra para proteger as bacias de petróleo do Brasil.


O objetivo é treinar a defesa das reservas petrolíferas de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e da infra-estrutura de gás. O treinamento vai até 26 de setembro.


A Marinha diz que a relação entre o tema escolhido para a simulação e a recente descoberta da camada pré-sal foi uma coincidência, pois a operação já estava em planejamento antes do anúncio da Petrobras.



A operação é coordenada pelo Ministério da Defesa e utiliza 17 navios, 40 aeronaves e 327 veículos. Além do treinamento, os militares vão prestar atendimento médico e odontológico e ajudar na manutenção de escolas e de prédios públicos em municípios do Sudeste.


País verde e país amarelo

A Operação Atlântico acontece no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo e simula um conflito entre dois países, que receberam os nomes de verde e de amarelo. Eles disputam o controle de uma reserva petrolífera no mar. Os militares farão atividades de defesa de refinarias de petróleo e de portos, patrulha marítima e de controle do espaço aéreo.



Durante o exercício, o "país verde" - composto por Rio de Janeiro, norte de São Paulo e partes de Minas Gerais e Goiás - atacará o "país amarelo" - Bahia e Espírito Santo - para garantir o domínio sobre as megadescobertas petrolíferas da Petrover, estatal fictícia do "país verde".



'Amazônia Azul'

Em agosto, houve uma operação no Amazonas para proteger a “Amazônia Verde”. O alvo agora é a “Amazônia Azul”, ou seja, os mares brasileiros.


Segundo o contra-almirante Edlander Santos, chefe do Estado-Maior do Comando Combinado Atlântico, o exercício também trará respostas para perguntas envolvendo eventuais carências na defesa dessa área.


"Será que temos os navios e os meios necessários para proteger esses 4,5 milhões de quilômetros quadrados?", perguntou. "Vamos verificar."

Yahoo! vai substituir presidente

O fundador do Yahoo!, Jerry Yang, deixará a presidência do grupo em breve, assim que o Conselho de Administração indicar seu sucessor, informou a própria empresa da Web nesta segunda-feira (17).


Yang, de 40 anos, permanecerá no Conselho de Administração do grupo, destaca o comunicado.


O chefe do Conselho, Roy Bostock, examinará as candidaturas, internas e externas, informou o grupo.


Yang, que voltou à presidência do Yahoo! em junho de 2007, recusou uma oferta de compra do grupo por parte da Microsoft, o que contrariou muitos acionistas.


"Somos profundamente agradecidos a Jerry por suas muitas contribuições como presidente nos últimos 18 meses, e estamos satisfeitos com sua decisão de seguir ativamente envolvido no Yahoo! como executivo e membro do Conselho", disse Bostock.

Brasil terá uma empresa a cada 24 habitantes em 2015, afirma Sebrae

País deve chegar a 9 milhões de companhias, diz estudo da entidade.
Com resultado, Brasil se aproxima dos índices dos europeus em 2000.

O Brasil deve chegar a 2015 com uma empresa para cada 24 habitantes, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-SP. De acordo com o estudo, a previsão é que o país atinja 9 milhões de companhias em 2015, com uma população de cerca de 210 milhões de habitantes.

Segundo o levantamento, com o resultado o Brasil se aproximará dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França, Reino Unido e Itália apresentavam, respectivamente, 23, 24, 23 e 14 habitantes por empresa.

O estdudo do Sebrae projeta que, em 2015, o universo de Micro, pequenas e médias empresas do país passe dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões, e que mais da metade destes negócios (4,8 milhões) esteja concentrada no setor de comércio (55%), em todo o país, seguido pelos serviços (34%) e indústria (11%).

Conjunto de fatores

Em comunicado, o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, avalia que o crescimento da relação empresas por habitantes se deve a uma série de fatores.

“Quando há crescimento econômico aliado a um ambiente institucional estável, há maior sensação de previsibilidade, o planejamento se torna menos difícil e o empreendedor se sente mais confiante em investir. O resultado é o aumento do número de empresas no país", afirma ele, que destaca ainda a sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no final de 2006 como outro fator importante para o resultado.

A pesquisa mostra também os setores que devem ter maior crescimento nos próximos anos. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento anual de 12,5% no número de MPEs), comércio de autopeças (7,7%) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1%).

No setor de serviços, lideram informática (12%) e transporte (8,4%). Na indústria, o destaque é a fabricação de máquinas e equipamentos (7,5%) e edição e gráfica (5,6%).

Perfil do empreendedor

Segundo a entidade, o estudo aponta uma mudança significativa no perfil médio do pequeno empreendedor nos próximos anos. “Ele terá mais escolaridade, maior expectativa de vida e aumento na renda média de pelo menos 12% em termos reais”, de acordo com o Sebrae-SP.

Os homens continuarão sendo a maioria, apesar do avanço das mulheres, que representavam 32% em 2007 e deverão ser 36% dos empreendedores brasileiros em 2015. No estado de São Paulo, este número deve chegar a 40%.

As previsões indicam ainda uma elevação na escolaridade dos donos de pequenos negócios. De 6,2 anos, em 2006, para 7,7 anos, em 2015, entre os que trabalham por conta própria; e de 9,7 anos para 10,7 anos para os empregadores, no mesmo período.

Índice de PMEs registradas é maior no Brasil que na América Latina, diz estudo 73% das micro, pequenas e médias empresas no país são pessoa jurídica

O nível de formalidade das micro, pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil é maior do que a média na América Latina, segundo dados da pesquisa "Perspectivas das PMEs no Brasil e na América Latina", divulgada nesta quarta-feira (12).

De acordo com o estudo, 73% das empresas entrevistadas declararam estar registradas como pessoa jurídica, enquanto na América Latina o percentual foi de 46%. No entanto, houve queda no nível de formalidade no país. Em 2007, 83% das PMEs haviam declarado estar formalizadas.

A pesquisa foi realizada pela Visa e pela The Nielsen Company entre os dias 1º de julho e 30 de agosto de 2008. Foram entrevistadas 400 micro, pequenas e médias empresas no Brasil nos setores de comércio, serviços e indústria. No mesmo período, foram entrevistadas 1.200 PMEs na Argentina, Brasil, Colômbia, México e Peru.

Internet

A pesquisa registrou que mais de 60% das micro, pequenas e médias empresas no Brasil têm telefone celular específico para o negócio e mais de 50% têm computador, mas somente 10% têm site na internet. Dentre os entrevistados, 21% disseram que usam a rede mundial para buscar fornecedores e 14% anunciam na web.

Dentre as empresas entrevistadas, 23% declararam estar fazendo uso do crédito. Nesse grupo, 56% usam o empréstimo bancário, 38% usam o cartão de crédito e 19% têm como fonte os fornecedores.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Brasil, foco de millonarias inversiones

por AméricaEcomía.com y Agencias

La IED en Brasil llegó a US$ 34.585M en 2007


Brasil recibió este lunes dos buenas noticias en el ámbito de los negocios. Votorantim y Och-Ziff acordaron invertir US$ 308 millones para desarrollar proyectos inmobiliarios en el país, al tiempo que Mercedes Benz anunció el envío de US$ 928 millones para ampliar su capacidad productiva en tierras brasileñas.

Votorantim y Och-Ziff planean formar una asociación con promotores inmobiliarios residenciales y comerciales, para establecer una oficina de propiedades industriales y minoristas. Las inversiones podrían aumentar, ya que se suscribieron acuerdos con inmobiliarias de todo el país, dijo Votorantim.

"El acuerdo comienza con 500 millones de reales, pero nuestra intención es invertir mucho más", dijo Silvia Benvenuti, jefe de proyectos inmobiliarios de Votorantim Financas. El mercado inmobiliario de Brasil se ha expandido en años recientes durante un período de reducción de las tasas de interés, dando a la clase media del país acceso a hipotecas por primera vez.

En tanto, Mercedes-Benz do Brasil, subsidiaria del fabricante alemán de automóviles Daimler, dijo este lunes que invertirá US$ 928,2 millones en tres años, para ampliar su capacidad de producción. La planta de camiones, autobuses y componentes en São Bernardo do Campo, en el estado de São Paulo, expandirá su producción diaria en un 25% durante el período.

El presidente de Mercedes-Benz do Brasil, Gero Herrmann, hizo el anuncio en una reunión con el presidente brasieño, Luiz Inácio Lula da Silva, y luego con el gobernador del estado de São Paulo, José Serra.

"Actualmente, la planta está trabajando próxima a su capacidad máxima", dijo la empresa. La unidad brasileña de Daimler prevé aumentar la plantilla, actualmente de 12.000 empleados, pero no anunció cuántos trabajadores pretende contratar.

Mercedes, el mayor fabricante de vehículos comerciales de América Latina, tiene un 31% de participación en el mercado brasileño. Sus ventas de camiones crecieron un 31,5% entre enero y julio en relación con igual periodo del año pasado, a 22.700 unidades.

Estabilidad brasileña tienta a inversionistas. Este par de anuncios no son un fenómeno aislado en el país sudamericano. Más bien responden a una tendencia que se ha acentuado en el último tiempo. Mercedes-Benz, Votorantim y Och-Ziff, se suman a una variada lista de empresas que han decidido inyectar capitales en tierras brasileñas.

Basta repasar los anuncios públicos de los últimos meses: Bunge invertirá US$ 639 millones en plantas de etanol; ArcelorMittal, US$ 1.600 millones en la industria del acero; Repsol, US$ 1.500 millones para la explotación de dos yacimientos; Fiat, US$ 3.100 millones hasta 2010 y Ford, US$ 600 millones para ampliar la producción de motores, entre otras.

Las razones del interés se deben en gran medida al manejo económico de la administración de Lula da Silva: a fines de julio, la agencia de calificación de riesgo Standard & Poor's elogió la fortaleza económica de América Latina frente a la actual inestabilidad financiera, a lo que se suma la estabilidad política del país. "El Banco Central de Brasil está correctamente enfocado en mantener a raya la inflación", dijo la agencia de calificación de riesgo, al referirse a las tres alzas en la tasa básica de interés aplicadas este año por el Banco Central brasileño para enfrentar presiones inflacionarias (ver Brasil, el mejor de la clase 30/07/208)

En materia de crecimiento, las proyecciones del Banco Central para el país se mantienen en torno al 4,8% para este año, mientras para el 2009 rondaría el 3,73%. En tanto, el Fondo Monetario Internacional (FMI) señaló el pasado viernes que el crecimiento real del Producto Interno Bruto (PIB) brasileño estaría cerca del 5 % en 2008, agregando que el país había reducido la vulnerabilidad ante un deterioro en la economía global (ver FMI: Brasil debe contener demanda doméstica 08/08/2008).

Las cifras de inversión Extranjera Directa (IED) en los últimos años avalan el desempeño económico del país. Según el último informe de IED de la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (Cepal), en 2006 el país captó US$ 18.782 millones, mientras que en 2007 la cifra dio un salto a US$ 34.585 millones. Sólo México escolta de cerca de Brasil, con US$ 19.211 millones en 2006 y US$ 23.230 millones en 2007.

Las cifras auguran un auspicioso panorama. En momentos en que el mercado financiero vive una profunda crisis, la mayor economía de la región se empina como un mercado confiable que podría contagiar al Cono Sur. Chile y Perú, en el lado del Pacífico, asoman como los países con mayor estabilidad para seguir el ejemplo brasieño. Chile en 2007 captó US$ 14.457 millones y se proyecta un crecimiento económico del 4,25% según el FMI, mientras que Perú alcanzó los US$ 5.343 millones y el organismo proyecta un crecimiento en torno al 7%, cifras que avalan el potencial de ambas economías y que pueden convertirse en otro imán de millonarias inversiones.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Arnaldo Jabor Globalização usa a economia para absolver a política e trata o mercado como se fosse uma pessoa”.

A globalização usa a economia para absolver a política e trata o mercado como se fosse uma pessoa”.

Taxa de Juros

Na tentativa de controlar o consumo aquecido e a alta da inflação, o Banco Central eleva, pela terceira reunião seguida, a taxa básica de juros da economia. E, dessa vez, a dose foi maior.

Surpreendente, mas não imprevisível. Parte dos analistas apostava numa alta de meio ponto percentual. Mas as previsões deixavam espaço para um aperto econômico maior. Foi o que aconteceu.

Em decisão unânime, os diretores do Copom aumentaram a Selic em 0,75 ponto percentual.

“Provavelmente a inflação vai ficar acima do limite superior da banda, provavelmente entre 6,5% e 7%. A preocupação do BC agora é com 2009”, afirma Francisco Pessoa, economista/ICA.

Depois de deixar os juros inalterados por quatro reuniões seguidas, o Banco Central começou o ciclo de altas em abril, quando elevou a taxa em meio ponto percentual. Em junho, mais um aumento na mesma proporção. Agora, o aperto foi mais forte, elevou os juros para 13% ao ano.

Passada a rodada de previsões, os analistas agora se empenham em entender as razões que orientaram a decisão do Banco Central.

O Jornal da Globo apurou o que foi discutido pelo comitê de política monetária.

- o principal motivo para a alta foi evitar que a inflação no atacado, em torno de 10%, seja repassada para o varejo.

- o aperto mais forte tem por objetivo encurtar o período de juros altos, com um impacto maior sobre a inflação interna e um prejuízo menor sobre os investimentos.

- na análise do comitê, as últimas altas não foram suficientes para diminuir a demanda aquecida.

- e há uma grande preocupação com uma piora das expectativas, por causa de um fenômeno tipicamente brasileiro, de repasse de preços, motivado pela memória inflacionária.

Cinco horas antes do anúncio, o presidente já mandava um recado. “Se alguém imagina que a inflação vai voltar como já aconteceu no Brasil, podem tirar o cavalo da chuva porque ela não vai voltar. Porque nós tomaremos todas as medidas que forem necessárias para que a gente mantenha a inflação controlada”, afirma Lula.

Mesmo quem discorda da dose acredita que o remédio vai ter o efeito que o Banco Central espera.

“Se ele conseguir, e possivelmente ele vai conseguir algum impacto sobre expectativas, aí faz sentido ele ter acelerado o passo porque ele já garante para 2009 que a inflação não vai escapar muito do centro da meta”, fala Cristiano Souza, economista/Banco Real.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

LIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO > “Aborrecimento? Só meia hora por dia”

LIÇÕES DE VIDA E DE TRABALHO

“Aborrecimento? Só meia hora por dia”

É a receita de Maurício Botelho, o homem que reinventou a Embraer, colocou-a entre as quatro grandes do mundo e agora se dedica a aconselhar executivos

por Aline Ribeiro (G1)

>>> No início de carreira, trabalhei na Ilha de Marajó.
Foi um choque. Saí da praia de Ipanema para morar numa clareira na floresta, onde se chegava por rio ou voando de teco-teco. Essa experiência foi fundamental para compreender os desafios de integração e desenvolvimento desta nação.

>>>Depois do trabalho, visitava os igarapés, onde moravam algumas famílias. Pensava: 'Que expectativas têm essas pessoas? Nenhuma'. A empresa para a qual trabalhava montou uma escola na floresta. Era emocionante ver, às 7 horas, crianças chegando de canoa, porque sabiam que lá iriam aprender.

>>> Em 1981, entrei para a Companhia Bozano, Simonsen. Morava no Rio de Janeiro, mas a sede da subsidiária era em São Paulo. No começo, passava um dia fora de casa, depois três, quatro... Certa vez, meu filho, que à época tinha 11 anos, me disse: 'Pai, assim não dá para continuar a ser seu filho'. Aí, percebi que tinha de tomar uma atitude.

>>> A gente se torna determinado. Passei em duas faculdades: engenharia mecânica na Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, e eletrônica na PUC, que era o curso melhor. Tranquei a matrícula na Nacional. Aí, a PUC triplicou o valor da anuidade. Eu já custeava meus estudos, dando aulas particulares, e não tinha opção. Mudei para a Nacional. Isso é uma frustração? Não, é só uma mudança. Alguns podem se abater. Eu tomei uma atitude para resolver o problema.

>>> Fiz um concurso para a Petrobras e passei. Fui chamado para um exame de vista e o médico disse que eu não tinha visão suficiente para ser engenheiro. Sugeriu a aposentadoria por invalidez. Que ironia! Acabei presidente de uma empresa com mais de 4,5 mil engenheiros. É o tipo de atitude que pode causar danos irreversíveis. Se eu fosse mais frágil, poderia ter virado hippie. Fui buscar emprego em 43 companhias. A 41ª me contratou.

>>> Aos 40 anos, uma de minhas irmãs perdeu o marido, com quem tinha três filhos. Eu era muito ligado a ela, tentava ajudar. Mas ela sempre parecia muito forte e eu perguntei: 'De onde vem essa força?'. Ela respondeu: 'Independentemente do nível de dificuldade, o importante é ter alegria no coração'. É isso que você tem de saber na vida.

>>> A vida é muito boa. A gente deve guardar só as coisas boas. Não podemos aceitar a derrota. Temos o direito de ficar aborrecidos só meia hora por dia com alguma coisa. Mais do que isso, é perda de tempo.

>>> Um dos momentos mais emocionantes da minha carreira foi quando lancei o Embraer 170. Tinha demitido 1,8 mil empregados por causa da crise da aviação, devido ao 11 de setembro. Na cerimônia de lançamento, falei das medidas drásticas e, em seguida, ergui os braços oferecendo o avião aos funcionários. Eles aplaudiram muito. Ofereci de novo. Foi uma catarse. Eram mais de 8 mil pessoas totalmente integradas. Um momento de integração entre o líder e aqueles que ele lidera.

Sarkozy anuncia criação da União pelo Mediterrâneo


Evento reuniu 43 países em Paris.
Líderes de Líbia, Marrocos, Jordânia e Bélgica não foram ao encontro.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo (13) a criação da União pelo Mediterrâneo (UPM), um novo marco para intensificar a cooperação entre a União Européia (UE) e os países do sul e do leste do Mediterrâneo.

"Todos tínhamos sonhado com isso, agora a UPM é uma realidade", disse Sarkozy ao término da Cúpula da UPM que reuniu 43 chefes de Estado e Governo da UE e da região mediterrânea.

A UPM procura dar novo vigor à cooperação entre ambas as margens através do estabelecimento de mecanismos permanentes que assegurem a execução de projetos de integração regional.



Antes, Sarkozy agradeceu à presença dos mandatários dos países. "Quero saudar a valentia de todos aqueles que responderam ao nosso convite", declarou o presidente francês ao abrir o encontro.

"Quero agradecer aos chefes de Estado árabes por terem vindo, aceitando esta responsabilidade e acenando com um gesto de paz (...). Juntos vamos construir a paz no Mediterrâneo, como no passado construímos a paz na Europa", continuou.

Junto a Sarkozy, que co-preside o encontro com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, estavam representantes de 43 países, entre eles os 27 membros da União Européia e quase todos os países árabes da bacia do Mediterrâneo.

O líder líbio, Muammar Kadafi, não foi ao encontro, assim como o rei do Marrocos, Mohammed VI, o rei da Jordânia, Abdulah II, e o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, também não compareceram ao encontro.

Sarkozy estimou que um dos maiores desafios da UPM é "escrever a História em um pé de igualdade Norte-Sul".

"Todas as instituições da Europa estão unidas em torno do sonho de unidade mediterrânea", disse.

"Quero dizer a meus amigos e interlocutores da Europa, em primeiro lugar a Angela Merkel, que os países do Mediterrâneo, como a França, e os países que não têm saída para o Mediterrâneo, têm o mesmo interesse de que a paz e a estabilidade reinem no Mediterrâneo", concluiu.

A chanceler alemã se opôs ao projeto inicial da UPM de Sarkozy, que desejava reunir apenas os países da bacia do Mediterrâneo.

Dirigindo-se em seguida ao chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, Sarkozy afirmou que a UPM não tinha a intenção de "apagar" o processo de Barcelona, lançado em 1995 entre a UE e os países do sul do Mediterrâneo.


InBev compra dona da Budweiser por US$ 52 bilhões


Com a aquisição, empresa se torna a número um no mundo da cerveja.
Compra foi anunciada nesta segunda-feira (14) por meio de um comunicado

A fabricante de cerveja belgo-brasileira InBev comprou a rival americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, por US$ 52 bilhões. Com a aquisição, a empresa se torna líder mundial na indústria cervejeira e uma das cinco maiores empresas de produtos de consumo do mundo. O anúncio da compra foi feito nesta segunda-feira (14) por meio de um comunicado assinado pelas empresas. A conclusão do acordo ainda precisa da aprovação dos acionistas.

Depois de resistir à ofensiva da InBev durante um mês e recusar uma oferta de US$ 46 bilhões, o conselho de administração da Anheuser-Busch aceitou a oferta de cerca de US$ 70 por ação.

A operação enfrentou uma forte resistência dentro dos EUA, onde a Budweiser é vista como um produto tipicamente nacional. Segundo reportagem do jornal “New York Times”, “a Budweiser é um sinônimo de cerveja americana para milhões de pessoas”.

No entanto, não é primeira vez que grandes cervejarias americanas são arrebatadas por estrangeiros. Em 1999, a agora vice-líder mundial Miller foi comparada pelos sul-africanos da SAB, e em 2005 a empresa canadense Molson adquiriu a Adolph Coors.

Gigante

A fusão dá início à criação de uma nova empresa, que se chamará “Anheuser-Busch InBev”. Com marcas como Stella Artois, Beck´s e Budweiser, o grupo acumulará um faturamento anual de US$ 36 bilhões e 460 milhões de hectolitros em vendas.

As duas companhias, em conjunto, tem vendas globais de aproximadamente US$ 36 bilhões e possuem cerca de 300 marcas, que incluem as líderes Budweiser e Stella Artois.

O grupo InBev, uma fusão da empresa belga Interbrew e da brasileira AmBev, é a segunda maior cervejaria do mundo em volume de vendas, e perde apenas para a britânica SABMiller.

Já a americana Anheuser-Busch é a terceira maior cervejaria do mundo e líder nos Estados Unidos, onde monopoliza 48,5% do mercado com marcas populares como a Budweiser e a Bud Light, entre outras.

Além de ser a maior do setor no mundo, a empresa será geograficamente diversificada, com posições de liderança em cinco dos maiores mercados mundiais: China, Estados Unidos, Rússia, Brasil e Alemanha.

Comando

O brasileiro Carlos Brito, presidente-executivo da Inbev, irá comandar as operações da nova companhia, segundo comunicado divulgado pelas empresas. Farão parte do conselho da empresa os atuais conselheiros da Inbev, além do atual presidente da Anheuser Busch, August Busch IV, e mais um diretor ou ex-diretor da companhia norte-americana.

Em comunicado, Brito declarou que “estamos muito satisfeitos em anunciador esta transação histórica (...). A combinação vai criar uma companhia global mais forte e competitiva, com potencial para crescer em todo o mundo”. Esse potencial é destacado pelo anúncio das empresas, que afirma que a Inbev é líder em dez mercados onde a Budweiser tem uma presença muito pequena.

Portas abertas

A sede da Anheuser-Busch InBev na América do Norte será em Saint Louis, no Missouri (EUA). As duas empresas informaram que, em conseqüência da pouca sobreposição geográfica entre os dois negócios, todas as fábricas da Anheuser-Busch nos EUA permanecerão abertas.

O presidente da Anheuser-Busch afirmou que o acordo traz novas oportunidades para a Anheuser e para seus negócios, marcas e empregados. "Esse acordo fornece valor adicional e correto para os acionistas da Anheuser-Busch, enquanto aumenta o acesso aos mercados globais para a Budweiser, uma das marcas ícones na América."

InBev compra a Anheuser-Busch e cria a maior cervejaria do mundo

InBev compra a Anheuser-Busch e cria a maior cervejaria do mundo
D. Kesmodel, D. K. Berman e D. Cimilluca, 14/07/2008

Anheuser-Busch concordou ontem à noite em ser comprada pela InBev por US$
49,91 bilhões, criando a maior cervejaria do mundo e colocando um ícone
americano nas mãos de uma gigante belgo-brasileira. As empresas planejam
chamar a nova companhia de Anheuser-Busch InBev. Anheuser deverá ter dois
assentos no conselho de administração, segundo pessoas próximas ao assunto.


O acordo, que está sujeito a aprovação dos acionistas, cria uma nova
companhia com vendas líquidas de US$ 36 bilhões. A SAB Miller, agora, fica
em segundo lugar no mercado mundial.


A operação é evidência de que mesmo com uma desaceleração no mercado de
fusões e aquisições, como resultado da redução no crédito, o apetite de
muitas corporações por compras ainda é forte. Também mostra que os bancos,
apesar das perdas que têm sofrido, ainda estão dispostos a abrir seus cofres
para ajudar a financiar uniões de grandes companhias.


A compra da Anheuser traz riscos à InBev. Muito do lucro da gigante de St
Louis vem do mercado americano, que cresce devagar. Embora a Anheuser, cuja
marca mais conhecida é a Budweiser, tenha quase 50% do mercado americano de
cerveja, o maior do mundo em lucros, a empresa tem lutado nos últimos anos
com fracas vendas. Cervejarias de grande volume enfrentam uma concorrência
cada vez mais intensa de microcervejarias, bem como de vinhos e bebidas
destiladas.


O acordo marca um fim abrupto para o que muitos esperavam ser uma novela
prolongada. Durante semanas, a Anheuser, de Saint Louis, no Missouri,
mostrou forte resistência a um acordo. Mas na semana passada a InBev,
sediada em Leuven (Bélgica), conseguiu engajar sua rival em negociações
amigáveis ao aumentar sua oferta em US$ 5 por ação, para US$ 70.


O pacto cria um colosso no mercado cervejeiro. As duas gigantes
comercializam cerca de 300 marcas nos cinco continentes. Juntas, elas formam
a maior cervejaria nas Américas e a número 2 na Europa e na Ásia, segundo a
InBev. Hoje, InBev e Anheuser são as números 2 e 3 do mundo,
respectivamente, em volume de vendas, atrás da britânica SABMiller.


O negócio é a segunda maior compra de uma empresa americana de bens de
consumo depois da aquisição, em 2005, da Gillette pela Procter & Gamble por
US$ 57,2 bilhões, segundo a Thomson Reuters. E é a terceira maior compra de
uma empresa americana por uma de outro país.


A InBev, dona das marcas Brahma, Antarctica, Quilmes, Stella Artois e
Beck's, informou que venderia ativos não essenciais de suas operações ou das
da Anheuser para ajudar a financiar a compra. Alguns analistas dizem que a
empresa pode vender a divisão de parques temáticos da Anheuser.


A InBev, que foi criada pela fusão em 2004 da belga Interbrew com a
brasileira AmBev, não tem muitas sobreposições com a Anheuser ao redor do
mundo. Assim, pode ser mais difícil cortar custos com a união de equipes e
operações industriais do que em outras transações do setor.


A aquisição pela InBev encerraria quase 150 anos de independência da
Anheuser. O diretor-presidente da empresa, August Busch IV, tataraneto do
fundador Adolphus Busch, disse a distribuidores em abril, antes que uma
oferta formal fosse feita, que a empresa nãoseria vendida enquanto ele
estivesse à frente dela. Mas a família Busch tem uma parcela pequena do
capital da Anheuser e os membros do conselho estavam voltados à tarefa de
fazer o que é melhor para os acionistas minoritários.


A Anheuser tinha poucas opções para evitar a InBev. Outras cervejarias
mundiais estavam ocupadas com grandes transações recentes, o que limita a
capacidade deles de fazer outro grande negócio. Outras transações também
poderiam provocar preocupações de autoridades antitruste nos EUA, enquanto
uma fusão com a InBev deve passar sem dificuldades devido à pequena fatia
que esta detém do mercado americano.


Em 25 de junho, o conselho da Anheuser rejeitou formalmente a proposta
original de US$ 65 por ação, em dinheiro. Mas deu a entender que estaria
aberto a uma oferta mais alta. Antes da proposta formal, Busch IV havia
alertado a InBev de que sua empresa não estava à venda e que ele e seu
conselho estavam comprometidos em continuarem independentes, segundo a
InBev.


Na semana passada, a InBev deu sinais de faria uma oferta hostil ao anunciar
um grupo de conselheiros para substituir o conselho atual da Anheuser. Esta,
por sua vez, processou a InBev num tribunal federal americano, acusando-a de
fazer declarações falsas sobre sua oferta inicial, entre as quais sobre o
financiamento dela. A InBev preferia fazer uma negociação amigável com a
Anheuser, em parte porque queria manter importantes executivos da americana.

O preço de venda representa um ágio importante sobre o valor das ações da
Anheuser. As ações ficaram em torno de US$ 50 por cinco anos. Até que os
rumores voltassem ao mercado, há alguns meses, o recorde histórico tinha
sido US$ 54,97, em outubro de 2002.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Os árabes estão chegando...

...e também os malaios, cingapurianos, coreanos e israelenses. Depois de investidores europeus e americanos, ?é a vez de os riquíssimos fundos da Ásia aportarem por aqui

Por Giuliana Napolitano

Investidores baseados nos Estados Unidos e na Europa foram os grandes protagonistas dos últimos dois anos no Brasil. Nas 93 aberturas de capital realizadas na Bovespa em 2006 e 2007, eles responderam por cerca de 70% do volume transacionado e, no mercado imobiliário, investiram mais de 2 bilhões de reais. Depois de europeus e americanos terem aberto o caminho, agora é a vez de aplicadores da longínqua Ásia aportarem no mercado brasileiro. Lentos para tomar a decisão de colocar os pés no Brasil, esses gestores parecem agora apressados para encontrar negócios nos quais possam colocar petrodólares. Três meses bastaram para dois fundos árabes — o Royal Group, que administra a fortuna da família real de Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos, e o Olayan Group, da Arábia Saudita — conhecerem, avaliarem e se tornarem sócios da Bracor, companhia brasileira de investimentos imobiliários. “Foi tudo muito rápido”, diz Carlos Betancourt, fundador da Bracor. Ele foi apresentado aos bilionários fundos árabes pelo empresário americano Sam Zell, um dos expoentes do mercado imobiliário internacional e sócio da Bracor desde 2006. “Esses investidores já acompanhavam o Brasil, e bastou a indicação de Sam Zell para decidirem aportar recursos aqui”, diz Betancourt, que, a pedido dos fundos, não revela quanto eles aplicaram na companhia. “Confesso que não tínhamos esses investidores no radar, mas agora com certeza pensaremos no Oriente Médio quando tivermos de fazer uma nova captação de recursos.”

Mais do que um caso isolado, o exemplo da Bracor evidencia uma mudança de fundo que vem ocorrendo no Brasil. O país entrou no radar de gente sem nenhuma tradição de investimentos por aqui. Fundos da Ásia em geral — e do Oriente Médio em particular — estão ampliando suas aplicações no país de forma agressiva. Sua participação no total de negócios da Bovespa, por exemplo, dobrou no último ano — hoje, eles representam 4% do capital estrangeiro na bolsa, e a aposta é que essa cifra aumente muito nos próximos anos. Entre os destaques da primeira leva estão nomes como GIC e Temasek, ambos de Cingapura e posicionados entre os dez maiores fundos soberanos do mundo. “Eles participaram de quase todos os IPOs de 2007”, diz José Olympio Pereira, diretor do banco Credit Suisse. Uma das últimas instituições a abrir um escritório no país foi a coreana Mirae Asset Management. Com cerca de 900 milhões de dólares aplicados em ações de empresas brasileiras e em empreendimentos imobiliários, a Mirae aguarda autorizações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários para operar um banco de investimento e uma gestora de recursos no Brasil. “A estratégia da Mirae é garimpar oportunidades em países com grande potencial de crescimento, e o Brasil é um dos mais promissores”, diz Edward Oh, diretor internacional da Mirae.

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As novas caras do vale do silício

Quem são os jovens que acreditaram na internet após a bolha e criaram algumas das principais empresas da web 2.0

A rede social Facebook tem valor estimado em 15 bilhões de dólares. O Slide, serviço para compartilhar fotos na internet, é visitado por cerca de 134 milhões de pessoas por mês. Voltado apenas para executivos, o site de relacionamentos LinkedIn tem mais de 20 milhões de usuários registrados. O que essas três empresas têm em comum — além de ser algumas das novas estrelas da web — é o fato de ter sido fundadas por jovens que nadaram contra a maré e apostaram na internet mesmo após o estouro da bolha no ano 2000. A história desses e de outros empreendedores é contada no livro Once You’re Lucky, Twice You’re Good — The Rebirth of Silicon Valley and the Rise of Web 2.0 (“Na primeira vez, você é sortudo, na segunda, você é bom — O renascimento do Vale do Silício e a ascensão da web 2.0”, em tradução livre e ainda sem previsão de lançamento no Brasil), escrito pela jornalista americana Sarah Lacy. O livro traz relatos sobre a criação de algumas das novas sensações da internet, desde as dificuldades para levá-las ao ar até o dilema de vender ou não negócios milionários. Além de colocar o leitor em contato com alguns protagonistas do principal pólo tecnológico do mundo, Sarah acaba dando uma lição de como montar uma empresa na web.

A relação de Sarah Lacy com o Vale do Silício é antiga. Há dez anos a jornalista mergulhou no universo das empresas da Califórnia, recentemente como colunista do site da revista Business Week. Para escrever o livro, passou 18 meses entrevistando, tomando café, jantando, assistindo a palestras e indo a festas com os novos nomes de sucesso da indústria de tecnologia mais vibrante do mundo. Jovem como os empresários perfilados, Sarah conseguiu arrancar deles histórias pouco conhecidas, que dizem muito sobre suas ambições, dúvidas e, claro, seus negócios. Alguns deles mantêm uma reclusão pouco saudável: Marc Andreessen, co-fundador do Netscape, o primeiro browser da internet como se conhece hoje, fez do Vale do Silício sua casa e não fala com a família há anos. Outros são metódicos ao extremo. Mark Zuckerberg, que abandonou os estudos em Harvard para investir no Facebook, chegou a negociar horários para ver a namorada: o trato era de um único encontro semanal. Max Levchin, fundador do site Slide e do sistema de pagamento eletrônico PayPal, é determinado desde a infância. Quando imigrou com a família para os Estados Unidos, aos 9 anos, saindo da Ucrânia, aprendeu inglês repetindo as falas de um seriado numa TV que pegou num lixão. Esses detalhes são fundamentais para o livro. “A cultura de qualquer start-up emana de seus fundadores”, escreve Sarah.

As histórias contadas no livro interessam a quem tem curiosidade em conhecer mais de perto aquele que é, sem dúvida, o ambiente de negócios mais acelerado do mundo. O objeto do livro são as companhias da recente onda da web 2.0, marcada pelos sites cujo conteúdo é gerado e editado pelos usuários. Essa nova onda de companhias, segundo Sarah, nasceu num vácuo após o estouro da bolha do fim dos anos 90. Não houve intervenção dos investidores que inflaram artificialmente a primeira geração de empresas da internet. A nova safra é diferente e é um reflexo dos jovens que as criaram. “Em sua maioria, eram sites de redes sociais construídos para os fundadores e seus amigos”, escreve a autora, “e que acabaram se tornando empresas.” Para a jornalista, as novas companhias podem não ter o mesmo impacto econômico daquelas da primeira onda da internet (em 1999, 270 empresas bancadas por investidores abriram o capital levantando 21 bilhões de dólares), mas certamente terão um impacto social maior.

Esse é outro motivo pelo qual a leitura é interessante para o público que não necessariamente acompanha as últimas novidades do mundo da internet. Muitas das empresas dissecadas nas páginas de Once You’re Lucky são grandes campeãs de audiência e têm influenciado de forma decisiva as indústrias da mídia e do entretenimento. Seus fundadores, muitos deles na casa dos 20 anos, são considerados sucessores naturais dos grandes nomes do Vale do Silício. Um deles é Kevin Rose. Criador do site de compartilhamento de notícias Digg, Rose já foi cortejado por Rupert Murdoch, o magnata da News Corp., e pelo ex-vice-presidente americano Al Gore. Ambos sondaram o Digg sobre possíveis vendas ou associações, mas Rose resistiu ao assédio. As estimativas sobre o valor de sua empresa já passam de 100 milhões de dólares. Parte do sucesso estrondoso do serviço idealizado por Rose é a mistura de gerações empreendedoras. A proximidade dos veteranos é fundamental para o sucesso dos novatos. Sarah cunha a palavra friend-tors, mistura de amigo, mentor e investidor. “Esses friend-tors ensinaram aos mais jovens lições que tinham aprendido na marra.” Uma dessas lições diz respeito aos fundos de capital de risco. Jay Adelson, mentor de Rose e presidente do Digg, tem aversão aos investidores institucionais desde que foi defenestrado de uma empresa que fundou no final dos anos 90. Certamente influenciado pela experiência de Adelson, Rose preferiu manter o Digg sob seu controle, pelo menos por enquanto.

O público brasileiro talvez sinta falta de algumas empresas mais conhecidas por aqui. Sites como Wikipédia e Second Life não são abordados, e há apenas pinceladas sobre o Google, o YouTube e o Skype. Também não há menção ao Orkut, do Google. Para acompanhar o livro, não é necessário conhecer a fundo a web 2.0, mas a leitura fica mais fácil para quem tem noção do que é Facebook ou MySpace. Também pode ficar decepcionado quem levar o título ao pé da letra. Apesar de fazer menção aos empreendedores persistentes, muitos dos retratados são marinheiros de primeira viagem ou ex-funcionários de companhias da era 1.0. Dos principais personagens, apenas parte fundou mais de uma empresa. Nesse rol, estão Max Levchin, que tenta fazer do Slide um negócio maior do que o PayPal, vendido para o site de leilões eBay por 1,5 bilhão de dólares em 2002, e Marc Andreessen, que está a caminho de sua terceira empresa de 1 bilhão de dólares, com o Ning, site para que qualquer pessoa crie sua própria rede social, fundado em conjunto com Gina Bianchini. Para Sarah, a razão do sucesso desses empreendedores em série não pode ficar restrita à sorte, ao talento ou ao dinheiro. O atributo mais importante, argumenta a autora, é a criatividade.

Once You’re Lucky, Twice You’re Good — The Rebirth of Silicon Valley and the Rise of Web 2.0
Autora
A jornalista americana Sarah Lacy
Editora
Gotham Books, 294 págs.
"Antes de empresas como Digg,YouTube e Facebook tornarem-se as queridinhas de 2006, elas eram apenas clusters de idéias entre amigos. Eram (...) um microcosmo de como o Vale do Silício funciona em sua melhor forma"

As histórias trazem ainda outros dilemas comuns a qualquer empresário, como a decisão sobre que saída dar à start-up. Os fundadores ficam divididos entre abrir o capital ou vender a empresa. De um lado, têm medo de perder o controle, de outro não querem abrir mão de um projeto de anos. Outro perfil muito interessante é o do nontrepreneur, o criador de empresas que prefere ter idéias a tocar os negócios adiante. Entre eles está Evan Williams, criador do Blogger e, mais recentemente, do Twitter, e os criadores da ferramenta de postagem para blogs Movable Type, Mena e Ben Trott. Os três contrataram presidentes para comandar suas empresas, enquanto se dedicam a criar. Em alguns trechos, Sarah discute se há uma nova bolha em formação. Para ela, os altos e baixos são a regra do jogo no pólo californiano. Mesmo que seja esse o caso, não chega a ser um problema. “Se a ascensão da web 2.0 das cinzas após o estouro da bolha nos ensinou alguma coisa, é que o Vale do Silício dificilmente fica tão arrasado que as coisas nunca se levantam novamente.”

BlackRock compra 10,54% das ações da Bradespar

Gestora de fundos americana aqduiriu 23,9 bilhões de ações preferenciais

A gestora de fundos americana, BlackRock, informou nesta segunda-feira à Comissão de Valores Imobiliários (CVM) que comprou 10,54% das ações preferenciais da Bradespar, que é acionista da Valepar, controladora da mineradora Vale do Rio Doce.

A administradora de investimentos adquiriu 23,9 milhões de ações. Em setembro do ano passado, a BlackRock compra 5,7% das ações preferenciais da Vale. “O objetivo das participações societárias é estritamente de investimento, não objetivando alteração do controle acionário ou da estrutura administrativa da Bradespar”, reforçou a BlackRock em comunicado.

Atualmente, a Bradespar detém 21,2% da Valepar. Na semana passada, a Vale comunicou ao mercado que tem a intenção de promover uma oferta internacional de ações ordinárias e preferenciais classe A. A mineradora disse ainda que pretende vender pelo menos 14 bilhões de dólares de novas ações para financiar aquisições.

A Bradespar é uma companhia de investimentos controlada pela Fundação Bradesco que tem como objeto social a realização de investimentos em outras sociedades. Às 16h39 As ações preferenciais da Bradespar ( BRAP4) estavam cotadas a 42,30 reais, com alta de 0,26%. As ações preferenciais da Vale ( VALE5) estavam a 47,10 reais, com alta de 0,42%.