terça-feira, 29 de abril de 2008

Conselho cria grupo para criação do microsseguro; apólice é mais barata


10h14

SÃO PAULO - A implementação do microsseguro - modalidade de seguro mais barata, voltada ao público de baixa renda - no Brasil está mais próxima de se tornar realidade. O CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) aprovou, em reunião realizada na última segunda-feira (17), em Brasília, a criação da Comissão Consultiva de Microsseguro, composta por representantes do Governo e da iniciativa privada.

De acordo com a Fenseg (Federação Nacional dos Seguros Gerais), o grupo terá um total de 12 membros. Pelo lado do Governo, os seis representantes virão dos seguintes órgãos: dois da Susep (Superintendência de Seguros Privados); outros dois do Ministério da Fazenda; um do Ministério da Previdência e, o último, do Banco Central. Já Fenseg, Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) e Escola Nacional de Seguros indicarão dois membros cada.

Potencial
A comissão estará encarregada de avaliar estudos e pesquisas sobre o potencial do microsseguro, legislação pertinente, tratamento tributário adequado, entre outros tópicos e, até o dia 31 de dezembro, produzir um relatório com um conjunto de propostas para viabilizar este novo mercado.

Segundo o superintendente da Susep, Armando Vergílio, as classes C, D e E, públicos preferenciais do microsseguro, reúnem uma população de cem milhões de pessoas, um número considerável para o avanço dos negócios.

Ao atingir esses clientes em potencial, o mercado de seguros deve dobrar e atingir a proporção de 6% do PIB (Produto Interno Bruto) do País.

Ásia
Apesar de experiências bem-sucedidas do microsseguro na Índia ou China, Vergílio afirma que o Brasil precisará criar um modelo exclusivo de proteção para os mais pobres. O motivo: em países asiáticos os produtos atendem a uma população tipicamente rural, ao passo que, por aqui, será destinado a uma população urbana.

Pela proposta, a modalidade será distribuída por corretores, organizações não-governamentais, sindicatos, entre outros. As coberturas serão preferencialmente por acidentes, morte, invalidez, e aquelas voltadas para a recuperação de perdas materiais. A idéia é que as classes menos favorecidas e, portanto, mais vulneráveis financeiramente, estejam protegidas em caso de tragédias.