segunda-feira, 14 de julho de 2008

Sarkozy anuncia criação da União pelo Mediterrâneo


Evento reuniu 43 países em Paris.
Líderes de Líbia, Marrocos, Jordânia e Bélgica não foram ao encontro.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, anunciou neste domingo (13) a criação da União pelo Mediterrâneo (UPM), um novo marco para intensificar a cooperação entre a União Européia (UE) e os países do sul e do leste do Mediterrâneo.

"Todos tínhamos sonhado com isso, agora a UPM é uma realidade", disse Sarkozy ao término da Cúpula da UPM que reuniu 43 chefes de Estado e Governo da UE e da região mediterrânea.

A UPM procura dar novo vigor à cooperação entre ambas as margens através do estabelecimento de mecanismos permanentes que assegurem a execução de projetos de integração regional.



Antes, Sarkozy agradeceu à presença dos mandatários dos países. "Quero saudar a valentia de todos aqueles que responderam ao nosso convite", declarou o presidente francês ao abrir o encontro.

"Quero agradecer aos chefes de Estado árabes por terem vindo, aceitando esta responsabilidade e acenando com um gesto de paz (...). Juntos vamos construir a paz no Mediterrâneo, como no passado construímos a paz na Europa", continuou.

Junto a Sarkozy, que co-preside o encontro com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, estavam representantes de 43 países, entre eles os 27 membros da União Européia e quase todos os países árabes da bacia do Mediterrâneo.

O líder líbio, Muammar Kadafi, não foi ao encontro, assim como o rei do Marrocos, Mohammed VI, o rei da Jordânia, Abdulah II, e o primeiro-ministro belga, Yves Leterme, também não compareceram ao encontro.

Sarkozy estimou que um dos maiores desafios da UPM é "escrever a História em um pé de igualdade Norte-Sul".

"Todas as instituições da Europa estão unidas em torno do sonho de unidade mediterrânea", disse.

"Quero dizer a meus amigos e interlocutores da Europa, em primeiro lugar a Angela Merkel, que os países do Mediterrâneo, como a França, e os países que não têm saída para o Mediterrâneo, têm o mesmo interesse de que a paz e a estabilidade reinem no Mediterrâneo", concluiu.

A chanceler alemã se opôs ao projeto inicial da UPM de Sarkozy, que desejava reunir apenas os países da bacia do Mediterrâneo.

Dirigindo-se em seguida ao chefe de Governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, Sarkozy afirmou que a UPM não tinha a intenção de "apagar" o processo de Barcelona, lançado em 1995 entre a UE e os países do sul do Mediterrâneo.