terça-feira, 18 de novembro de 2008

Brasil terá uma empresa a cada 24 habitantes em 2015, afirma Sebrae

País deve chegar a 9 milhões de companhias, diz estudo da entidade.
Com resultado, Brasil se aproxima dos índices dos europeus em 2000.

O Brasil deve chegar a 2015 com uma empresa para cada 24 habitantes, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-SP. De acordo com o estudo, a previsão é que o país atinja 9 milhões de companhias em 2015, com uma população de cerca de 210 milhões de habitantes.

Segundo o levantamento, com o resultado o Brasil se aproximará dos índices europeus registrados em 2000, quando Alemanha, França, Reino Unido e Itália apresentavam, respectivamente, 23, 24, 23 e 14 habitantes por empresa.

O estdudo do Sebrae projeta que, em 2015, o universo de Micro, pequenas e médias empresas do país passe dos atuais 5 milhões para 8,8 milhões, e que mais da metade destes negócios (4,8 milhões) esteja concentrada no setor de comércio (55%), em todo o país, seguido pelos serviços (34%) e indústria (11%).

Conjunto de fatores

Em comunicado, o superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, avalia que o crescimento da relação empresas por habitantes se deve a uma série de fatores.

“Quando há crescimento econômico aliado a um ambiente institucional estável, há maior sensação de previsibilidade, o planejamento se torna menos difícil e o empreendedor se sente mais confiante em investir. O resultado é o aumento do número de empresas no país", afirma ele, que destaca ainda a sanção da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas no final de 2006 como outro fator importante para o resultado.

A pesquisa mostra também os setores que devem ter maior crescimento nos próximos anos. No comércio, os destaques são para os segmentos de materiais e equipamentos para escritórios e informática (crescimento anual de 12,5% no número de MPEs), comércio de autopeças (7,7%) e quitandas, avícolas e sacolões (7,1%).

No setor de serviços, lideram informática (12%) e transporte (8,4%). Na indústria, o destaque é a fabricação de máquinas e equipamentos (7,5%) e edição e gráfica (5,6%).

Perfil do empreendedor

Segundo a entidade, o estudo aponta uma mudança significativa no perfil médio do pequeno empreendedor nos próximos anos. “Ele terá mais escolaridade, maior expectativa de vida e aumento na renda média de pelo menos 12% em termos reais”, de acordo com o Sebrae-SP.

Os homens continuarão sendo a maioria, apesar do avanço das mulheres, que representavam 32% em 2007 e deverão ser 36% dos empreendedores brasileiros em 2015. No estado de São Paulo, este número deve chegar a 40%.

As previsões indicam ainda uma elevação na escolaridade dos donos de pequenos negócios. De 6,2 anos, em 2006, para 7,7 anos, em 2015, entre os que trabalham por conta própria; e de 9,7 anos para 10,7 anos para os empregadores, no mesmo período.