terça-feira, 18 de novembro de 2008

Militares simulam 'guerra' por bacia de petróleo

Dez mil militares participam de conflito fictício na 'Operação Atlântico'.
Objetivo é treinar defesa de reservas e de infra-estrutura de gás.

Cerca de 10 mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica iniciam nesta sexta-feira (12) a Operação Atlântico, um treinamento com simulação de guerra para proteger as bacias de petróleo do Brasil.


O objetivo é treinar a defesa das reservas petrolíferas de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e da infra-estrutura de gás. O treinamento vai até 26 de setembro.


A Marinha diz que a relação entre o tema escolhido para a simulação e a recente descoberta da camada pré-sal foi uma coincidência, pois a operação já estava em planejamento antes do anúncio da Petrobras.



A operação é coordenada pelo Ministério da Defesa e utiliza 17 navios, 40 aeronaves e 327 veículos. Além do treinamento, os militares vão prestar atendimento médico e odontológico e ajudar na manutenção de escolas e de prédios públicos em municípios do Sudeste.


País verde e país amarelo

A Operação Atlântico acontece no litoral do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo e simula um conflito entre dois países, que receberam os nomes de verde e de amarelo. Eles disputam o controle de uma reserva petrolífera no mar. Os militares farão atividades de defesa de refinarias de petróleo e de portos, patrulha marítima e de controle do espaço aéreo.



Durante o exercício, o "país verde" - composto por Rio de Janeiro, norte de São Paulo e partes de Minas Gerais e Goiás - atacará o "país amarelo" - Bahia e Espírito Santo - para garantir o domínio sobre as megadescobertas petrolíferas da Petrover, estatal fictícia do "país verde".



'Amazônia Azul'

Em agosto, houve uma operação no Amazonas para proteger a “Amazônia Verde”. O alvo agora é a “Amazônia Azul”, ou seja, os mares brasileiros.


Segundo o contra-almirante Edlander Santos, chefe do Estado-Maior do Comando Combinado Atlântico, o exercício também trará respostas para perguntas envolvendo eventuais carências na defesa dessa área.


"Será que temos os navios e os meios necessários para proteger esses 4,5 milhões de quilômetros quadrados?", perguntou. "Vamos verificar."