segunda-feira, 16 de junho de 2008

Crise na União Européia

Crise na União Européia

A Irlanda jogou a União Européia em profunda crise nesta sexta feira. Terminou com um claro "não" um plebiscito convocado para decidir se os irlandeses aceitam um presidente e um ministro das relações exteriores para toda a Europa.

Embora a Irlanda seja um dos menores países da Europa, e situado distante do centro, o voto dos irlandeses tinha um peso extraordinário.

Os 27 países da União têm de aceitar ou rejeitar os termos do tratado de Lisboa, de 2005, pelo qual os europeus combinaram, depois de árduas negociações, que tamanho teria o executivo que rege o bloco e as funções de sua monumental burocracia.

Mas só os irlandeses convocaram um plebiscito, no qual venceu o medo, comum também entre os grandes da Europa, de que decisões nacionais sejam delegadas a uma super estrutura burocrática distante, fria e famosa por esbanjar dinheiro.

Para funcionar, o tratado precisa ser aceito pelos 27. França e Alemanha, entre outros, criticaram os irlandeses, dizendo que o tratado permitiria, na verdade, diminuir o tamanho da burocracia e daria mais garantias aos pequenos nas decisões importantes do bloco, que tem 340 milhões de habitantes e um PIB comparável ao dos Estados Unidos.

O "não" irlandês tem um componente irônico: boa parte do enorme sucesso econômico dos irlandeses nas duas últimas décadas foi conseguido com ajuda financeira da União Européia.

Não está claro o que acontecerá agora. A constituição européia já havia sido rejeitada, entre outros, por França e Holanda. E o euro, a moeda comum, pela Suécia.

O bloco está partido sobre a entrada ou não da Turquia, um país de maioria muçulmana, e pela dificuldade em assimilar os ex-países comunistas do leste.

Parte da imprensa européia comentou os resultados dizendo que a derrota não foi da Europa, foi da incompreensível e intrincada burocracia em Bruxelas, a sede da comissão que governa e união européia.